Os reflexos da luz sobre objetos brilhantes também
deverão ser eliminados, cobrindo-os, escurecendo-os ou abrigando-os do sol.
IV) Não se projetar no horizonte
O combatente na linha do horizonte poderá ser visto, mesmo durante a noite, a
grandes distâncias, porque os contornos escuros ressaltam em contraste com o
céu mais claro. A silhueta formada pelo corpo do combatente nessas condições
torná-lo-á um alvo fácil. Por esse motivo, o FN deverá evitar expor-se nas
cristas e partes altas do terreno.
V) Evitar pontos notáveis do terreno
Deve-se evitar a ocupação de cobertas que se constituam ou estejam próximas
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OSTENSIVO - 3-3 - ORIGINAL
a pontos notáveis do terreno, tais como árvores e construções isoladas, arbustos
que se destacam dos demais, seja pela cor, pelo porte ou pela forma, etc. Estes
pontos atraem a atenção e a observação do inimigo, facilitando a condução de
seus fogos.
VI) Deitar-se para observar
Nessa posição o combatente oferece uma silhueta pouco pronunciada e projeta
pouca sombra, reduzindo a possibilidade de ser observado.
VII) Observar através da coberta ou pelos seus cantos inferiores
Nos arbustos, deve-se observar através de aberturas na folhagem (seteiras).
Quando a vegetação for espessa não se deve tentar fazer aberturas, pois o
movimento pode alertar o inimigo. Nesse caso, deve-se observar pelos lados e
pela parte inferior da vegetação. O mesmo procedimento é válido com relação
a muros, troncos, pedras, etc. (Fig 3.2).
Fig 3.2 - Como usar uma coberta para observar
3.2.2 - Utilização de abrigos
Abrigo é qualquer acidente natural ou artificial que proporcione proteção contra os
efeitos do fogo inimigo, particularmente do fogo direto. Além dos abrigos naturais
encontrados no terreno, pode-se, por meio de trabalhos de sapa, construir abrigos
individuais e abrigos coletivos. Os abrigos devem satisfazer às seguintes condições:
oferecer proteção contra os tiros inimigos; permitir a observação; e facilitar a
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OSTENSIVO - 3-4 - ORIGINAL
execução do tiro. O abrigo que não satisfizer essas condições, mesmo depois de
melhorado, deve ser abandonado.
a) Exemplos de abrigos naturais
I) São exemplos de abrigos naturais (Fig 3.3): troncos de árvores (no mínimo com
1m de diâmetro); montes de terra (no mínimo 0,90m de espessura); montes de
pedras (para evitar ricochete e estilhaçamento, esse tipo de abrigo deverá ser
revestido com uma camada de terra de, no mínimo, 0,20m); montes de areia
(no mínimo 0,70m de espessura); dobras do terreno, fossos, escavações, etc.,
desde que a espessura seja suficiente para absorver a força do projetil.
Além da espessura, é importante verificar a compactação do terreno, pois
devem ser suficientes para absorver a força do projétil. Não se deve ainda
ocupar um abrigo que possua pedras ou um muro à retaguarda, pois o ricochete
dos projetis causa, geralmente, ferimentos tão graves quanto os impactos
diretos.
Fig 3.3 - Exemplos de abrigos
b) Influência da trajetória
I) Armas de tiro direto
A distâncias menores que 800m as trajetórias normalmente apresentam-se
tensas. Em um terreno plano e descoberto, mesmo deitado ou rastejando, o
combatente ficará exposto ao fogo. Nessa condição, a menor ondulação do
terreno (dobra) poderá constituir-se-á em um abrigo eficiente. Quanto à
maneira de abrigar-se, basta deitar-se face à direção de onde vêm os tiros.
A distâncias superiores a 800m (normalmente metralhadoras) será necessário
procurar abrigos que apresentem altura maior, pois a essa distância, os tiros
começam a apresentar sua trajetória ligeiramente mergulhante. Nessa condição,
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o corpo do combatente deverá ficar abrigado perpendicular à direção de onde
vêm os tiros, encostando-se o máximo possível no talude do abrigo (Fig 3.4).
Fig 3.4 - Abrigo contra tiros diretos mergulhantes
II) Armas com tiro de trajetória curva (artilharia, morteiros, etc.)
Para proteger-se dos fogos das armas com tiro de trajetória curva, o combatente
procederá da seguinte maneira: em terreno descoberto, deverá aferrar
imediatamente, aproveitando-se das dobras do terreno que encontrar. Se a situação
permitir, deverá construir uma toca para proteger-se dos estilhaços, executando
sempre o melhoramento do abrigo. Existindo no terreno barrancos, fossos,
trincheiras, etc., deverá abrigar-se imediatamente junto ao talude, a fim de obter
uma melhor proteção.
3.2.3 - Utilização do terreno para progredir
a) Progressão em combate
Para furtar-se à observação e ao fogo inimigo ao progredir, o combatente deverá
tomar as seguintes precauções:
- escolher, previamente, itinerários que ofereçam o máximo de cobertas e
abrigos;
- deslocar-se por lanços curtos entre abrigos sucessivos;
- ao final de cada lanço, parar e observar cuidadosamente o terreno, só
abandonando a posição depois de escolher o ponto seguinte a ocupar e o
caminho que ofereça a maior proteção para atingi-lo. Evitar áreas limpas e
desabrigadas, onde ficará mais exposto;
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OSTENSIVO - 3-6 - ORIGINAL
- se tiver que cruzar pequenos trechos descobertos do terreno, aproveitar ruídos
ou movimentos que possam distrair a atenção do inimigo (tiros, movimentos de
blindados, etc.);
- usar um processo de progressão adequado ao terreno e à situação; e
- evitar obstáculos e partes difíceis do terreno que lhe restrinjam o movimento,
deixando-o mais exposto ao fogo inimigo.
Os deslocamentos por lanços são lentos e, em geral, mais cansativos. Por essa
razão, só devem ser usados quando não se dispuser de itinerários totalmente
desenfiados e for necessário progredir em trechos do terreno expostos à
observação e ao fogo direto do inimigo.
b) Progressão sob fogo inimigo
I) Progressão sob fogos de fuzis e metralhadoras
Pode ser realizado de acordo com duas situações: quando o inimigo atira a
menos de 800m; e quando este estiver atirando a distâncias iguais ou
superiores a 800m.
Na primeira situação, as trajetórias são tensas e passam rasantes ao
combatente que progride em um terreno plano, descoberto e uniforme.
Mesmo deitado ou rastejando, este fica exposto e deve aproveitar qualquer
dobra existente no terreno para se proteger. Portanto, deverá observar os
seguintes procedimentos:
- quando o terreno apresentar abrigos, o combatente deverá progredir por
lanços para cruzar trechos limpos e descobertos entre esses abrigos. Os
lanços devem ser curtos e rápidos, não devendo ultrapassar
o combatente não deverá ficar exposto às vistas e fogos do inimigo mais
do que
disparar sua arma. Logicamente, a extensão dos lanços é ditada, também,
pela disposição e distância entre os abrigos;
- extensas áreas de terreno limpo e descoberto devem ser evitadas. Deve-se
buscar, para curtos deslocamento, valas pouco profundas, pequenos
taludes e ligeiras dobras do terreno;
- na transposição de cristas, aproximar-se até a linha de desenfiamento e,
conforme a distância, o fogo inimigo e a natureza do terreno quanto a
abrigos e cobertas, transpô-la correndo ou rastejando, até que na encosta
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OSTENSIVO - 3-7 - ORIGINAL
batida pelo fogo se encontre um abrigo; e
Na segunda situação, a distâncias maiores ou iguais a 800m, tem-se, em geral,
apenas os fogos de metralhadoras, pois está além do alcance útil dos fuzis. As
trajetórias desses tiros apresentam-se bem curvas e mergulhantes na área batida,
podendo atingir um combatente que se encontre protegido por um abrigo de
pequena altura. Portanto, nessas condições, deverá observar os seguintes
procedimentos:
- a essa distância os alvos são pouco visíveis, o que dificulta a observação
inimiga, devendo o combatente aproveitar para progredir com a maior
rapidez possível;
- os fogos são pouco precisos e freqüentemente apresentam erros de alça, o
que recomenda observar uma maior dispersão da tropa ao progredir;
- ao cruzar pequenas faixas de terreno limpo e descoberto, fazê-lo em um
lanço coletivo ou, então, por lanços individuais iniciados de lugares
diferentes;
- evitar cruzar áreas limpas e desabrigadas de maior extensão, só o fazendo
em último caso. Nessas circunstâncias usar um lanço rápido; e
- ao ser surpreendido por uma rajada de arma automática, o combatente
deverá: aferrar-se, se possível abrigado, a fim de não oferecer alvo aos
projetis; progredir, assim que a rajada tenha cessado, visando a abandonar
a zona batida, procurando não atrair a tenção do inimigo.
II) Progressão sob fogos de artilharia e morteiros
Os projetis de artilharia e de morteiros, ao atingirem o solo, distribuem-se de
forma irregular sobre uma certa superfície (dispersão), e é devido a isso que
essas armas têm precisão limitada, prestando-se, principalmente, a bater
áreas, grupos de pessoas, instalações, etc.
As características dos fogos de artilharia e morteiro são: baixa velocidade,
sendo possível ao combatente perceber a aproximação da granada, antes do
seu arrebentamento, através do ruído da detonação da carga de projeção e do
sibilar da granada
silenciosos e suas granadas não emitem o sibilar característico durante o vôo;
seus tiros apresentam trajetória acentuadamente curva, permitindo atingir
áreas desenfiadas do terreno, estando as peças atirando de posições bem
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abrigadas, com seus fogos conduzidos por observadores avançados; e sua
munição proporciona uma variedade de espoletas com a finalidade de obter
arrebentamentos com diversos efeitos, como mostrado na figura Fig 3.5;
Fig 3.5 - Efeitos da fragmentação das granadas explosivas
Para progredir sob fogos de artilharia e morteiros, o combatente deverá
observar os seguintes procedimentos:
- quando a artilharia atira intermitentemente (tiros espaçados), deve-se evitar
a zona batida e, se isso não for possível, aproximar-se ao máximo dessa
região e, no intervalo entre uma salva e outra, atravessá-la rapidamente;
- sendo o tiro executado com cadência rápida, e se o terreno proporcionar
vários abrigos, deve-se progredir de abrigo em abrigo para sair da zona
batida;
- ao se ouvir a detonação da carga de projeção ou o sibilar da aproximação da
granada, o combatente deverá aferrar imediatamente, se possível em um
abrigo, para escapar aos estilhaços, e, logo após o arrebentamento do projétil
ou fim da salva de artilharia, progredir rapidamente para um novo abrigo,
mais à frente ou que proporcione maior proteção, fora da zona batida;
- caso não existam abrigos e os fogos sejam intensos, deve-se progredir por
lanços curtos e rápidos, os quais serão regulados pelas detonações da carga
de projeção para aferrar, e pelas explosões das granadas para levantar logo
após executar um novo lanço. Existindo um bom abrigo no terreno, o
combatente deverá nele permanecer até que o fogo cesse;
- se os projetis caem a sua frente sem o atingir, o combatente deve abrigar-se
e esperar que cessem; caso os projetis caiam à sua retaguarda, deve avançar
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rapidamente para fugir do fogo; e
- em todos os casos, o combatente deve: evitar terrenos desprovidos de
abrigos e limpos, e utilizar ao máximo as cobertas, abrigos e itinerários
desenfiados, a fim de não ser vistos pelos observadores inimigos; atravessar
o mais rápido possível a zona batida; e seguir o comandante da sua fração,
reunindo-se a ele o mais breve possível.
c) Processos de progressão em combate
Em combate, o homem poderá valer-se de diversos processos de progressão, os
quais serão ditados pelo terreno, pelo inimigo, pela velocidade desejada e pelo
esforço físico a despender. As progressões poderão ser feitas caminhando em
marcha normal, engatinhando, rastejando, ou correndo em marcha acelerada
(marche-marche). Pequenos deslocamentos laterais poderão ser feitos por
rolamento.
I) Marcha normal
É empregada quando não se está sob as vistas e fogos do inimigo ou em
trechos desenfiados do terreno. O combatente deverá ter sua arma em
condições de pronto emprego e utilizar ao máximo as cobertas e abrigos
oferecidos pelo terreno. Quando for o caso, deverá caminhar agachado para
tirar proveito de pequenas cobertas e diminuir sua silhueta. Integrando uma
fração, o FN utilizará esse processo de progressão ao comando de
MARCHE! (Fig 3.6).
Fig 3.6 - Caminhar em marcha normal
II) Engatinhar
É o processo utilizado quando se dispõe de cobertas e/ou abrigos de média
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OSTENSIVO - 3-10 - ORIGINAL
altura. É mais lento e fatigante que caminhar e melhor que rastejar. O
combatente deverá conduzir sua arma na mão direita (ou esquerda se for
canhoto), cuidando para que não entre terra no cano e na janela de ejeção.
Integrando uma fração, o FN receberá o comando de ENGATINHAR!
III) Rastejo
É empregado quando se desejar fugir à observação e ao fogo inimigo e as
cobertas e abrigos existentes forem de altura muito reduzida. Podem ser
usados dois processos de rastejamento, ambos extremamente lentos e
fatigantes, e que só deverão ser utilizados para pequenos deslocamentos:
(a) Rastejo alto
É empregado quando há disponibilidade, ainda que de altura reduzida, de
cobertas e abrigos, quando a observação do inimigo é reduzida e quando
se deseja um pouco mais de rapidez. Mantém-se o corpo afastado do
solo, apoiando-o sobre os antebraços e os joelhos. Acomoda-se o fuzil
nos braços, cuidando-se para que o cano da arma não encoste no solo.
Progride-se alternando os avanços do cotovelo direito e joelho esquerdo,
com os do cotovelo esquerdo e joelho direito (Fig 3.7).
Fig 3.7 - Rastejo alto
(b) Rastejo baixo
Esse processo é mais lento e cansativo, mas é empregado quando as
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OSTENSIVO - 3-11 - ORIGINAL
cobertas e os abrigos são mínimos, quando o inimigo tem boa observação
e quando a rapidez não é essencial. Mantém-se o corpo colado ao solo,
segura-se a bandoleira próximo ao zarelho superior, ficando a arma deitada
sobre o antebraço, sem que seu cano toque o solo. Para progredir, levamse
as mãos à frente da cabeça, conservando os cotovelos no solo, encolhese
uma das pernas e com ela empurra-se o corpo para frente com o auxílio
da tração das mãos e antebraços. Deve-se trocar com freqüência a perna
de impulsão, para evitar o cansaço (Fig 3.8).
Fig 3.8 - Rastejo baixo
IV) Marcha acelerada (marche-marche)
É o processo empregado quando a velocidade de progressão for essencial
ou quando se deseja transpor trechos limpos do terreno com o mínimo de
exposição ao fogo inimigo. Ao comando de MARCHE-MARCHE, o
combatente correrá, conduzindo a arma com ambas as mãos, em condições
de empregá-la rapidamente. Uma das mãos empunha o guarda-mão e a
outra segura o punho (Fig 3.9).
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Fig 3.9 - Progressão em marcha acelerada
V) Rolamento
Pode ser usado para a realização de pequenos deslocamentos laterais.
Partindo da posição de tiro deitado, o combatente deverá rolar tendo o
cuidado de não deixar o cano da arma tocar o solo (Fig 3.10).
Fig 3.10 - Rolamento
d) Seleção do processo de progressão
A escolha do processo de progressão mais apropriado é função dos seguintes
fatores: cobertas e abrigos existentes no terreno, posição e armamento do
inimigo, velocidade que se pretende obter e esforço físico a ser despendido. De
acordo com a posição do inimigo, do seu armamento e das cobertas e abrigos
proporcionados pelo terreno, ter-se-á os casos adiante especificados:
- progressão em área coberta ou abrigada: utiliza-se a marcha normal e, se a
velocidade for preponderante, o marche-marche;
- progressão em trechos de cobertura baixa: utiliza-se o engatinhamento ou o
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OSTENSIVO - 3-13 - ORIGINAL
rastejo, dependendo da altura da coberta ou abrigo; e
- progressão em área desprovida de cobertas: utiliza-se o marche-marche, a fim
de diminuir o tempo de exposição ao fogo inimigo.
A necessidade de ganhar tempo pode obrigar o combatente a sacrificar um
pouco sua segurança para obter maior velocidade. Assim, pode-se, por
exemplo, progredir em marche-marche num local que ofereça cobertura baixa,
a fim de não perder tempo rastejando.
O combatente também deve evitar o desgaste prematuro de suas energias de
modo a manter-se em condições de combater por períodos prolongados. Dessa
forma, sem negligenciar a segurança, deve empregar o processo menos
cansativo que permita o cumprimento da tarefa.
e) Execução do lanço
O lanço é um deslocamento curto e rápido realizado entre duas posições
abrigadas (ou cobertas). Deve ser realizado num movimento decidido, posto
que uma parada ou um recuo podem ser fatais ao combatente. Antes de iniciar
um lanço, ele deverá fazer um cuidadoso estudo da situação para evitar uma
indecisão no decorrer do deslocamento. Para uma decisão acertada, o
combatente deve, ao preparar um lanço, responder a si próprio as perguntas que
se seguem (Fig 3.11):
I) Para onde vou?
Responderá a essa pergunta escolhendo nas suas proximidades uma coberta
ou abrigo adequado ao cumprimento da sua tarefa. É conveniente lembrar
que um lanço em marcha acelerada em terreno limpo não deve ser maior do
que
lanços intermediários e é conveniente que o combatente escolha
previamente os locais de parada.
II) Por onde vou?
Estuda o caminho a seguir até alcançar a posição escolhida (caso o seu
itinerário já não esteja determinado pelo seu comandante imediato). Se for
obrigado a progredir em marcha acelerada, deve utilizar o itinerário mais
curto, para evitar expor-se ao inimigo por tempo demasiado.
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OSTENSIVO - 3-14 - ORIGINAL
III) Como vou?
De acordo com o ponto de destino e o itinerário a seguir, será escolhido o
processo de progressão mais apropriado à realização do deslocamento
(quando integrando uma fração, caberá ao comandante desta determinar o
processo de progressão): correndo, rastejando, etc.
IV) Quando vou?
Fazendo parte de uma fração, deslocar-se-á mediante ordem de seu
comandante e, no caso individual, quando o combatente que o precedeu
tenha terminado o seu lanço. Estando isolado, deve esperar o momento mais
propício para o lanço. Por exemplo: quando o fogo inimigo for suspenso
momentaneamente; ao perceber que o inimigo atira em outra direção; no
momento em que o fogo do inimigo estiver mal ajustado; ao verificar que
elementos amigos vizinhos atiram sobre o inimigo, prejudicando ou
neutralizando seu fogo; e quando a artilharia ou a aviação amiga
bombardeiam as posições adversárias.
PARA
a) Para a cratera mais próxima (B).
POR ONDE
b) Primeiro até a moita (A), em seguida até a cratera (B).
COMO
c) Do barranco até a moita (A) de pé; dessa moita até a cratera, num avanço curto e rápido.
QUANDO
d) Assim que a Mtr abrir fogo sobre a posição inimiga.
Fig 3.11 - Estudo do lanço
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OSTENSIVO - 3-15 - ORIGINAL
Após cada lanço, parar, escutar, observar, fazer um novo estudo, e só então
prosseguir. Sempre que possível, o combatente deve evitar a ocupação do
mesmo abrigo que já tenha sido utilizado pelo homem que o precedeu, pois o
inimigo pode ter identificado essa posição.
O mesmo cuidado deve ser tomado com os itinerários que não sejam
completamente desenfiados, devendo-se, pois, evitar que vários homens por
eles progridam.
Para deslocar-se por lanço em marcha acelerada ,partindo da posição deitado, o
combatente deve agir da forma adiante explicada (Fig 3.12 e 3.13):
- quando decidir realizar um lanço, segurar a arma pelo centro de gravidade e
encolher os braços, trazendo as mãos junto a cabeça, sem levantar os
cotovelos;
- erguer lentamente a cabeça e fazer o estudo do lanço;
Fig 3.12 - Preparação e partida para o lanço em marcha acelerada
- no momento oportuno (ou ao comando de MARCHE-MARCHE) e em um
movimento rápido e contínuo, erguer o corpo, apoiando-se nas mãos e nas
pontas dos pés; levar a perna direita ou esquerda à frente e, com um impulso
desta, levantar-se, iniciando o deslocamento;
- correr direto e a toda velocidade até o ponto escolhido;
- aferrar. Isto é feito da seguinte maneira: inicialmente saltando de maneira a
assentar ambos os pés no solo, na mesma linha, e a seguir, aproveitando a
velocidade, lançar-se ao chão vivamente, caindo sobre os joelhos, projetando
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OSTENSIVO - 3-16 - ORIGINAL
o corpo para a frente e amortecendo a queda com a mão esquerda (ou direita),
enquanto que a arma fica segura pela mão direita (ou esquerda) com a
coronha sob a axila. Deve-se ter o cuidado de não levantar os pés ao cair.
- tomar a posição de tiro deitado e, se não estiver em um abrigo ou pelo menos
oculto por uma coberta, rolar rapidamente para o mais próximo.
Fig 3.13 - Seqüência de movimentos para o aferramento
f) Passagem de obstáculos
A ultrapassagem de obstáculos é sempre uma operação difícil e que deixa o
combatente em situação extremamente vulnerável, tendo em vista que terá seus
movimentos dificultados, ficando, assim, exposto ao inimigo. É de se esperar,
portanto, que o inimigo os vigie e os bata pelo fogo.
I) Passagem por redes de arame farpado
As redes de arame são instaladas pelo inimigo nas proximidades de suas
posições e estarão sempre sendo vigiadas e protegidas pelo fogo. A
ultrapassagem de um aramado pode ser realizada abrindo-se uma brecha ou
simplesmente caminhando ou rastejando através dos fios de arame.
Qualquer dessas operações só poderá ser realizada sob condições de
visibilidade reduzida ou com o apoio de cortinas de fumaça, e com a
certeza que o obstáculo não está minado ou armadilhado. As técnicas a
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OSTENSIVO - 3-17 - ORIGINAL
seguir são utilizadas para ultrapassar esses obstáculos:
- caso o terreno não esteja minado, o combatente pode passar por cima
dos aramados mais baixos ou rastejar sob os mais altos;
- uma cerca baixa pode ser transposta por cima, galgando-se fio por fio,
procurando-os com as mãos e cuidando-se para não ficar embaraçado ou
fazer ruídos. Pode-se passar sobre um aramado baixo e frouxo colocandose
sobre ele uma tábua de madeira, algumas esteiras de fibra ou alumínio,
ou uma tela metálica, sobre a qual se possa caminhar. Essa solução
proporcionará, contudo, uma passagem instável e a ultrapassagem será
lenta;
- em princípio é melhor ultrapassar uma rede de arame por baixo, porque o
homem não se expõe muito e pode ver os fios contra a claridade do céu,
mesmo nas noites mais escuras. O combatente deve rastejar de costas para
o solo, por baixo dos arames, usando os calcanhares para empurrar o
corpo. Com as mãos, deve apalpar o terreno à frente da cabeça, para
levantar fios baixos e localizar possíveis minas e arames de tropeço. A
arma deve ser levada ao longo do corpo e sobre a barriga, para que as
mãos fiquem livres; e
- a abertura de passagens nos obstáculos de arame exige mais tempo e pode
alertar o inimigo. No entanto, pode ser necessária para a passagem de
patrulhas, na realização de infiltrações ou como medida preparatória de um
ataque. A passagem deve ser aberta em direção oblíqua à frente e os fios
superiores da rede não devem ser cortados, a fim de dificultar ao inimigo a
descoberta da brecha. Para abafar o ruído produzido pelo corte, é
conveniente envolver o fio com um pano no local onde será aplicado o
alicate. Estando só, o combatente deve segurar o arame próximo a uma
estaca. Em seguida, aplicar o alicate sobre o pano em um ponto localizado
entre a mão e a estaca. Dessa forma, cortará o fio abafando o ruído e
evitando o chicotear da parte livre que deverá ser enrolada (Fig 3.14).
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Fig 3.14- Corte de arame (combatente só)
Quando estiver acompanhado, um segura o arame, enquanto o outro enrola o
pano e corta o fio entre as mãos do primeiro (Fig 3.15). Os pedaços do arame
cortado devem ser enrolados nas estacas.
Fig 3.15 - Corte de arame por uma dupla
II) Passagem de valas e trincheiras
Nesses obstáculos, com cuidado e em silêncio, o combatente deve aproximarse
e examinar o seu interior, avaliando sua profundidade, largura, possibilidade
da presença do inimigo e da existência de armadilhas.
Tratando-se de vala ou trincheira larga, deve descer por um lado e subir pelo
outro (3-16).
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OSTENSIVO - 3-19 - ORIGINAL
Fig 3.16 - Transposição de uma vala ou trincheira larga
Se a vala ou trincheira for estreita, deve saltá-la, procurando, ao cair do outro
lado, fazer o mínimo de ruído possível, e a seguir permanecer deitado, imóvel e
em silêncio por algum tempo, observando e escutando antes de prosseguir
(Fig 3.17).
Fig 3.17 - Transposição de uma vala ou trincheira estreita
III) Terreno minado
O combatente deve estar atento para a existência de minas e evitá-las sempre
que possível, mesmo que tenha que realizar desbordamentos consideráveis. Os
itinerários de aproximação das posições inimigas, as redes de arame, valas e
outros obstáculos existentes nas proximidades dessas posições, freqüentemente
estarão minados e deverão ser examinados com cuidado. Caso necessite
atravessar uma área minada, o combatente deverá avançar lentamente,
procurando com as mãos cordéis de tropeço e sondando cautelosamente o
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terreno com a baioneta para descobrir as minas enterradas. Conhecer
satisfatoriamente as minas utilizadas pelo inimigo permitirá neutralizá-las com
certa segurança.
Em geral uma mina pode ser neutralizada em duas operações: a recolocação de
grampos, pinos e outros dispositivos de segurança de seu acionador e, em
seguida, a remoção desse acionador.
Pode-se cortar os cordéis de tropeço frouxos, usando-se um alicate ou uma
tesoura. Nunca deve ser usada a faca, pois a tração exercida no corte fará
explodir a armadilha. Um cordel de tropeço esticado não deve ser cortado, pois
a eliminação da tração explodirá a mina.
Mesmo depois de ter neutralizado e removido o acionador principal de uma
mina, esta não deve ser removida, a não ser por pessoal especializado, pois
ainda poderá estar ativada. Uma mina ainda está ativada quando dispõe de um
acionador secundário que provocará a detonação se ela for deslocada.
Após neutralizar e remover o acionador de uma mina ou verificar a
impossibilidade de fazê-lo, o combatente deverá marcar sua localização com
um pedaço de pano ou papel de cor viva amarrado a uma estaca, para posterior
remoção ou destruição por pessoal especializado.
As minas anticarro (AC), em geral, não são acionadas sob o peso de um
homem. No entanto, os campos de minas AC são normalmente protegidos por
minas antipessoal (AP). Estas, sim, são de fato perigosas ao combatente a pé.
e) Progressão à noite
I) Preparativos para um deslocamento silencioso
A noite os movimentos tornam-se mais lentos devido à dificuldade de
identificar os itinerários e manter a orientação. Essa dificuldade é agravada
pela necessidade da manutenção de uma rigorosa disciplina de luzes e
ruídos. A utilização de equipamentos de visão noturna reduz sensivelmente
essa limitação. No entanto, esses equipamentos têm sua distribuição restrita
a determinados elementos (comandantes, atiradores de armas coletivas,
guias, etc.) e utilizados somente em situações especiais. Assim, todo
combatente deve estar em condições de deslocar-se e aproximar-se do
inimigo silenciosamente sem qualquer auxílio. Para um deslocamento
silencioso deverá ser realizada uma rigorosa preparação, como a seguir
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OSTENSIVO - 3-21 - ORIGINAL
apresentada.
(a) Fazer a camuflagem individual:
- escurecer todo o rosto, nuca, orelhas, pescoço e mãos;
- não usar camiseta branca sob o uniforme e manter as mangas da blusa
abaixadas e abotoadas;
- escurecer todas as superfícies brilhantes ou cobri-las com fita isolante;
- envolver com fita isolante todas as partes do equipamento que possam
vir a fazer ruído (zarelhos da bandoleira, plaquetas de identificação,
etc.); e
- não levar chaves, moedas e outros objetos que possam fazer ruído.
Quando tiver que conduzir nos bolsos pequenos objetos metálicos
(canivete, bússola, relógio, etc.), colocá-los em bolsos separados, ou
enrolá-los em panos.
(b) Usar apropriadamente o uniforme e equipamentos:
- uniformes engomados fazem ruído durante o deslocamento e os
frouxos e grandes podem dificultá-lo;
- usar um gorro leve e sem contornos pronunciados, pois o capacete
reduz a acuidade auditiva ou modifica os sons e pode provocar ruídos,
motivo pelo qual só deve ser usado quanto a situação exigir;
- não usar capuz que cubra as orelhas, a não ser sob frio extremo, pois a
capacidade auditiva será bastante prejudicada; e
- não levar equipamentos desnecessários que venham a restringir a
mobilidade.
(c) Para matar, desacordar ou capturar um elemento inimigo, evitando ou
reduzindo os ruídos, usar somente armas silenciosas como a faca, a
baioneta, um garrote de arame ou fio de náilon, um porrete
improvisado, etc. O emprego correto de uma dessas armas exige
grande perícia, não só no seu uso, mas também na aproximação
silenciosa para aplicá-la contra o inimigo.
II) Técnicas
A progressão noturna é realizada utilizando-se as mesmas técnicas da
progressão diurna, adaptadas, porém, de forma a evitar os ruídos próximo às
posições inimigas:
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-22 - ORIGINAL
(a) Como caminhar à noite nas proximidades do inimigo
O peso do corpo deve ficar sobre o pé que está atrás, até que o pé da
frente encontre um lugar firme para pisar. Deve-se levantar bem a perna
que estiver à frente do corpo, para não se embaraçar na vegetação rasteira
e não tropeçar, e com a ponta do pé escolher um lugar livre de gravetos,
pedras, folhas secas e outros materiais que possam provocar ruído.
Abaixar, então, cuidadosamente, a planta do pé e com este sustentar o
peso do corpo, até que a outra perna avance (Fig 3.18). Nas noites muito
escuras pode-se segurar a arma com uma das mãos e com a outra
explorar à frente, a fim de descobrir qualquer obstáculo.
Fig 3.18 - Caminhar à noite silenciosamente
(b) Aferrar à noite nas proximidades do inimigo
Inicialmente o combatente deverá apoiar o joelho direito sobre o solo,
segurando a arma sob o braço direito. Em seguida, apoiando-se na mão
esquerda, lançar a perna esquerda para a retaguarda. A tomada final da
posição é feita com o apoio sobre o cotovelo direito, ao mesmo tempo em
que a perna direita é levada para juntar-se à esquerda. Tomar a posição
de tiro deitado e manter-se colado ao solo (Fig 3.19).
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-23 - ORIGINAL
Fig 3.19 - Deitar a noite sem fazer ruídos
(c) Rastejar durante a noite
Rasteja-se de forma semelhante ao processo usado durante o dia. Os
movimentos, porém, devem ser lentos e compassados, para reduzir ao
mínimo os ruídos. De qualquer forma, não é conveniente empregar o
rastejo quando se estiver muito próximo do inimigo, pois sempre se
provocará algum ruído. Nesse caso é preferível engatinhar.
(d) Engatinhar à noite nas proximidades do inimigo
Deve-se engatinhar como de dia, procurando colocar o fuzil no solo, à
direita do corpo, com o cano para frente e alavanca de manejo para cima,
e, com a mão esquerda, procurar um lugar que não tenha pedras, galhos
secos, etc. à frente do joelho esquerdo. Manter a mão esquerda onde está
e deslocar o joelho para o local escolhido. Repetir os movimentos com a
mão e o joelho direito. Durante o avanço, deslocar a arma
sucessivamente, procurando, cautelosamente, locais para colocá-la
(Fig 3.20).
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-24 - ORIGINAL
Fig 3.20 - Engatinhar a noite
(e) Alguns cuidados na progressão noturna:
- nunca se deslocar correndo, a não ser em casos de emergência;
- aproveitar todos os ruídos que possam distrair a atenção do inimigo ou
ocultar os ruídos do deslocamento, como os ruídos da chuva, de rios,
tiros, etc.);
- fazer paradas freqüentes para observar e escutar;
- evitar macegas densas, áreas com folhagens e galhos secos, bosques,
barrancos e terrenos muito inclinados, pois esses locais dificultarão um
deslocamento silencioso; e
- não fumar ou acender lanternas para a orientação.
III) Procedimentos sob a ação de artifícios iluminativos
Ao perceber o lançamento de um foguete ou granada iluminativa, o
combatente deve atirar-se ao chão antes do arrebentamento, permanecendo
imóvel até o clarão se extinguir.
Caso seja surpreendido pelo arrebentamento de um artifício iluminativo em
terreno limpo, deve jogar-se ao solo e ficar imóvel. O combatente que se
encontrar protegido por alguma vegetação, deverá permanecer imóvel até a
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-25 - ORIGINAL
extinção da luminosidade.
Não se deve olhar para a luz, de sorte a não perder a adaptação da visão a
escuridão. Abaixar a cabeça e proteger os olhos até o desaparecimento do
clarão.
Imediatamente após a extinção da luz, o combatente deve afastar-se da área
que foi iluminada, aproveitando a redução da adaptação a escuridão que o
inimigo sofre ao observar sob o efeito da iluminação.
3.3 - UTILIZAÇÃO DO TERRENO PARA OBSERVAR
3.3.1 - Observação durante o dia
O correto emprego das técnicas apresentadas neste artigo, permitirá ao combatente
ocupar corretamente uma posição e observar o terreno, obtendo conhecimentos
importantes para as decisões de seu comandante.
a) Posto de observação (PO)
É um observatório ocupado por uma pequena fração, equipe ou por um militar
isolado, com a finalidade de cumprir uma tarefa de observação. Para que a
observação seja contínua, o PO é ocupado normalmente por dois ou mais homens
que se revezam no posto, evitando assim um desgaste excessivo e permitindo um
melhor resultado na observação. Os PO deverão, sempre que possível, estar dentro
do alcance de utilização das armas amigas, como medida de segurança para
permitir o apoio de fogo em caso de retraimento, e dispor de meios de
comunicações (rádio ou telefone) que permitam uma rápida ligação com a sua
unidade. Ao ocupar um PO, o combatente deve evitar:
- posições que possuam ângulos mortos ou caminhos desenfiados à frente que
facilitem a aproximação coberta do inimigo;
- pontos destacados no terreno; e
- posições em que a silhueta contraste com o fundo ou horizonte.
Um PO deverá, sempre que a situação permitir, proporcionar: bons campos de
vistas; cobertas e abrigo; e itinerários de retraimento cobertos.
b) Exemplos de PO e maneira correta de ocupá-los
I) Telhado de casa - subir a meia distância da cumeeira e levantar uma ou
duas telhas (normalmente casa no campo não possui forro); camuflar o rosto e
a cabeça (Fig 3.21).
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-26 - ORIGINAL
Fig 3.21 - Observação através de um telhado
II) Janela ou porta de casa - observar afastado de dois a três metros, de forma a ficar
oculto pela sombra, e permanecer imóvel (Fig 3.22).
Fig 3.22 - Aproveitar a sombra do interior da casa
III) Árvores - para constituir um bom PO, uma árvore deve apresentar os seguintes
aspectos: possuir folhagem densa; não se destacar da vegetação à sua volta; e
não estar isolada ou projetar a sua silhueta contra o horizonte. O combatente
deve subir no tronco coberto das vistas inimigas até atingir um local com
bastante folhagem para bem se ocultar (Fig 3.23).
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-27 - ORIGINAL
Fig 3.23 - Utilização de uma árvore como observatório
IV) Moita, arbusto, macega, tronco, pedra, muro, cerca ou monte de terra - para sua
utilização, o combatente deve observar as técnicas para ocupação de cobertas e
abrigos. É conveniente retirar ou camuflar o capacete para disfarçar-lhe o
contorno peculiar.
V) Crista - para observar de uma elevação, o combatente deve ter a preocupação de
selecionar um lugar onde a crista seja irregular e haja vegetação. Especial
cuidado deve ser tomado quando da ocupação e abandono da posição, para evitar
a projeção da silhueta contra o horizonte (Fig 3.24).
Fig 3.24 - Como observar de uma crista
c) Método de observação de um setor
Inicialmente, o combatente deverá esquadrinhar todo o seu setor de observação,
procurando identificar pontos bem destacados, contornos ou movimentos que não
sejam naturais. Para tanto, deve olhar diretamente para o centro do setor
imediatamente à frente da sua posição e levantar rapidamente os olhos em direção
à distância máxima que deseja observar. Se o setor de observação for muito
amplo, o combatente deve subdividi-lo e proceder de maneira idêntica para cada
subsetor (Fig 3.25).
Fig 3.25 - Observação inicial do setor (completa e rápida)
Em seguida, passará a examinar o terreno por faixas de aproximadamente 50m de
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-28 - ORIGINAL
profundidade, iniciando a observação pela faixa mais próxima, percorrendo cada
uma delas com o olhar da direita para a esquerda e da esquerda para a direita,
sucessivamente. Coberto todo o setor, o combatente reiniciará a observação pela
faixa mais próxima. Ao observar um setor, deve-se ter em mente todos os
possíveis indícios que revelem atividade inimiga, tais como: reflexos, poeira,
fumaça, animais em movimento, etc. (Fig 3.26).
Fig 3.26 - Observação do terreno por faixas sucessivas.
d) Observação em movimento
Quando em movimento, o combatente poderá manter observação sobre
determinado setor, porém o resultado obtido será bastante inferior ao conseguido
com a observação estática. Sempre que a situação permitir, o combatente em
deslocamento deve ocupar PO sucessivos ao longo do itinerário de deslocamento.
e) Transmissão do resultado de uma observação
Todo conhecimento resultante da observação deve ser rapidamente informado,
seja verbalmente ou por escrito, da forma mais completa. Um processo eficiente é
dividir o informe em cinco itens (Fig 3.27):
- Donde? Local do PO ou de onde foi feita a observação;
- Quem ou o quê? O que foi observado;
- Onde? Em que local verificou-se o fato;
- Como? Qual a atitude? O que faziam? e
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OSTENSIVO - 3-29 - ORIGINAL
- Quando? Hora exata.
Fig 3.27 - Itens de um informe
f) Sons, ruídos e odores
I) Os sons servem de informação
O combatente deverá aprender a identificar os sons corriqueiros de combate,
como por exemplo: a quebra de um galho, o golpe seco do ferrolho e a batida
de um cantil. É importante aprender a ter paciência, pois talvez seja necessário
escutar em completo silêncio durante períodos prolongados. Quando se usar
capuz ou protetores de orelhas, os mesmos deverão ser retirados para melhorar
a audição.
Os ruídos poderão ser ouvidos melhor durante a noite porque normalmente há
mais quietude e o ar da noite, sendo mais fresco e mais úmido, conduz melhor
o som.
II) Os ruídos poderão revelar a própria presença
Para se evitar um espirro, comprime-se as fossas nasais com os dedos. No caso
de começo de tosse, aperta-se levemente o nó da garganta. Não sendo possível
evitar-se o espirro ou a tosse, coloca-se o nariz ou a boca no interior da manga
da camisa para abafar o ruído.
III) Os odores tanto poderão ajudar como prejudicar
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OSTENSIVO - 3-30 - ORIGINAL
O cheiro, por exemplo, de gasolina, comida, repelente ou de fumo queimado
poderão denunciar a presença do inimigo ou colocá-lo ciente de nossa
presença.
3.3.2 - Observação à noite
a) Generalidades
As operações executadas durante a noite ou em condições de visibilidade reduzida
se revestem de grande importância, pois a obscuridade permite a realização de
deslocamentos de tropa, substituições, desaferramento de uma posição,
retraimentos e mesmo operações ofensivas, cobertos das vistas inimigas, o que
facilita a obtenção da surpresa. Uma vez ocupado um PO, o combatente utilizará a
vista e o ouvido, com preponderância da audição, já que a observação se torna
limitada por causa da pouca visibilidade.
b) Desenvolvimento da visão noturna
O uso eficiente dos olhos durante a noite, requer a aplicação dos princípios da
visão noturna: adaptação à escuridão, visão fora de centro e esquadrinhamento.
I) Adaptação à escuridão
É a propriedade que têm os olhos de se acostumarem aos locais de pouca
luminosidade. Para que a adaptação seja bem feita, o combatente deve
permanecer em torno de trinta minutos em completa escuridão. Outro processo
eficiente consiste em manter o homem num local com iluminação vermelha ou
utilizando óculos de lentes vermelhas por vinte minutos, seguidos de dez
minutos em local completamente escuro. Esse método possui a vantagem de
economizar tempo valioso, pois, enquanto se expõe à luz vermelha, o homem
poderá receber ordens, inspecionar o equipamento ou realizar outros
preparativos para a tarefa a ser cumprida.
II) Visão fora do centro
É a técnica utilizada para manter a atenção dirigida para um objetivo, sem olhálo
diretamente, pois, neste caso, a imagem se formará no centro da retina, cujas
células, em forma de cones, não são sensíveis no escuro. Olhando-se acima,
abaixo ou para os lados, a imagem se formará numa região da retina cujas
células, em forma bastonetes, continuam sensíveis na escuridão. Assim,
conclui-se que se o combatente deseja observar um determinado objetivo a
noite, deve fazê-lo não diretamente, mas sim com um pequeno desvio, pois
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OSTENSIVO - 3-31 - ORIGINAL
dessa maneira conseguirá distinguir a sua forma e contornos com maior
facilidade.
III) Esquadrinhamento
A noite, para se obter a continuidade da visão, deve-se desviar constantemente
o ponto de observação com movimentos visuais curtos, rápidos e irregulares
em torno do alvo, detendo, no entanto, o olhar apenas por alguns segundos em
cada ponto. Isto ocorre por que, quando se observa a noite por meio da visão
fora de centro, a imagem formada tende a desaparecer entre quatro e dez
segundos.
c) Fatores que afetam a visão noturna
A falta de vitamina A prejudica a visão, entretanto o excesso da mesma não a
melhora. O resfriado, o cansaço, os narcóticos, o fumo demasiado e o uso
excessivo de álcool reduzirão a capacidade visual durante a noite. A exposição à
luz brilhante durante períodos prolongados também prejudicará tanto a visão
noturna quanto a diurna.
d) Preservação da visão noturna
O combatente perderá a adaptação à escuridão caso seja exposto a uma
luminosidade intensa. Se isso não puder ser evitado, deve-se fechar ou cobrir um
dos olhos para que este preserve a capacidade de enxergar a noite. Quando a fonte
de luz se apagar ou o combatente deixar a área iluminada, a visão noturna retida
pelo olho protegido permitirá que o homem enxergue no escuro, até que o outro
olho se adapte novamente.
e) Equipamentos de visão noturna
I) Os equipamentos de visão noturna destinam-se a minimizar as dificuldades da
visão noturna, permitindo a observação, o deslocamento e a realização do tiro e
de outras atividades sem a utilização de fontes de luz visíveis. Além de
possibilitar, de uma maneira geral, o tiro noturno e o movimento de viaturas
em completo escurecimento, esses equipamentos permitem, nas operações
defensivas ou nas situações estáticas, que a vigilância noturna de um setor seja
realizada em condições semelhantes à diurna. Nas ações ofensivas, nas
patrulhas e nos deslocamento táticos, os equipamentos de visão noturna têm
especial importância na orientação e na manutenção da direção a noite.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-32 - ORIGINAL
II) Quanto às possibilidades e limitações, os equipamentos de visão noturna
permitem, dentro de certos limites, que a observação a noite seja feita da
mesma maneira que durante o dia, facilitando a vigilância, o reconhecimento e
a orientação. Por outro lado, o alto custo desses equipamentos torna proibitiva
a sua distribuição generalizada à tropa. Em princípio, disporão desses
equipamentos os comandantes de fração dos batalhões de infantaria, os
motoristas de viaturas blindadas, pessoal de reconhecimento e vigilância,
observadores de artilharia, chefes de carros de combate, atiradores de armas
coletivas e outros elementos-chave. Outra limitação é o fato de que os
equipamentos de visão noturna são instrumentos de menor rusticidade, que
exigem manuseio cuidadoso e manutenção altamente especializada.
3.3.3 - Interpretação de indícios
a) Generalidades
O terreno apresenta diversos indícios que nos permitem concluir ou deduzir quais
os acidentes que se acham ocultos às nossas vistas. Cada região apresenta
particularidades e o combatente deve estar sempre atento e procurando ampliar,
cada vez mais, a sua capacidade de interpretação dos indícios que lhe apresenta o
terreno onde atua.
b) Exemplos na interpretação de indícios
I) Fábricas, usinas ou engenhos - poderão ser indicados por uma chaminé, a qual
pode ser vista de longe;
II) Povoado - torre de igreja emergindo entre telhados, indica a existência de
povoado. Quando se está marchando e casas esparsas vão aparecendo com
intensidade crescente na direção de marcha, é indício de que há um povoado
nas proximidades;
III) Estradas e caminhos - rede elétrica e renques de árvores podem indicar a
existência de estradas e caminhos;
IV) Estradas - viaturas em marcha indicam a existência de uma estrada pelo menos
carroçável;
V) Via férrea - apitos de trem indicam a existência de uma via férrea;
VI) Riachos, arroios - quando no meio do campo se nota que uma parte da
vegetação se apresenta mais escura e seguindo uma direção mais ou menos
sinuosa, pode-se concluir que existe um riacho ou córrego. A vegetação mais
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OSTENSIVO - 3-33 - ORIGINAL
densa e verde que, em geral, acompanha as margens de um rio, denomina-se
vegetação ciliar;
VII) Granja, fazenda - gado solto no campo indica as proximidades de uma granja
ou fazenda;
VIII) Picada, trilha - avistando-se homem isolado na orla de um terreno coberto,
pode-se concluir que nas proximidades deve haver uma picada ou trilha;
IX) Vau - quando um caminho se interrompe na margem de um curso d'água e
prossegue na outra margem, indica a existência de um vau ou passagem em
balsa.
c) lndícios de tropa
I) Efetivo
O efetivo de uma tropa pode ser avaliado, normalmente, pela extensão da área
que ocupava ou pela quantidade de detritos deixados.
II) Condições, importância e moral
As condições de uma área de estacionamento abandonada, latas vazias, fossas
de detritos, o tipo e a quantidade de rastros, podem definir a tropa que a
ocupava e o seu estado moral. Mesmo que o combatente não saiba interpretar
estes indícios, é importante que ele os grave e transmita a seu comandante.
III) Rastros de viaturas
As marcas das rodas e lagartas indicam a natureza da tropa e as viaturas que
possui; os rastros deixados pelas rodas e lagartas, quando convenientemente
analisados, levando-se em consideração a natureza do solo e as condições
meteorológicas, entre outras, permitirão uma avaliação da hora de passagem
da viatura por determinado ponto; a direção de uma viatura pode ser
determinada pelas marcas deixadas por suas rodas ou lagartas, no leito da
estrada e pela direção em que lançam as águas das poças; a velocidade de
uma viatura pode ser determinada pela quantidade de lama ou terra espalhada
e pela profundidade dos sulcos. Movimentos lentos deixam marcas suaves e
bem definidas. Nos movimentos rápidos as marcas são profundas, mas os
desenhos não são bem nítidos.
3.4 - UTILIZAÇÃO DO TERRENO PARA ATIRAR
3.4.1 - Generalidades
A incapacitação do inimigo, objetivo final do combate, será realizada por meio da
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OSTENSIVO - 3-34 - ORIGINAL
correta utilização do armamento na execução do tiro. Para esse fim, o combatente
deve estar em condições de aproximar-se do inimigo, observá-lo, avaliar a distância
do alvo corretamente e utilizar sua arma para abate-lo.
3.4.2 - Escolha e ocupação de uma posição de tiro
Uma boa posição de tiro deve oferecer ao atirador (Fig 3.28):
- bons campos de tiro dentro do alcance útil de sua arma e no setor que deseja bater,
pois assim poderá explorar ao máximo as possibilidades de sua arma;
- boa observação sobre o terreno circunvizinho, para impedir uma aproximação de
surpresa por parte do inimigo;
- abrigo ou, pelo menos, coberta;
- disfarce que dificulte sua identificação pelo inimigo; e
- apoio para a arma e/ou para o combatente.
É claro que essas condições são ideais e dificilmente serão encontradas reunidas em
uma mesma posição, principalmente em situação de combate. O combatente deve
saber escolher, no terreno, a posição que ofereça o maior número das condições
acima.
Fig 3.28 - Posições de tiro
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-35 - ORIGINAL
Deve-se dar preferência a uma posição de tiro abrigada. No entanto, a situação pode
forçar o combatente a utilizar apenas uma coberta para atirar. Esta, por sua vez, deve
ser transformada, pelo menos em um abrigo sumário, assim que for possível.
Ao procurar uma posição de tiro, o combatente deve tomar todas as precauções
relativas à progressão e à utilização de cobertas e abrigos, de modo a impedir que
inimigo perceba a aproximação e ocupação da posição.
Os possíveis ângulos mortos em torno da posição deverão ser batidos pelo emprego
de granadas de bocal ou de M-203 para distâncias entre 50 e
e granadas de mão para distâncias inferiores a
combatente deve evitar a ocupação da posição, só o fazendo caso o terreno não
apresente opções.
3.4.3 - Conduta do combatente
O combatente deve observar e atirar pelo lado e pela parte inferior do elemento de
proteção, de maneira a ocultar a maior parte do corpo e da cabeça, não expondo a sua
silhueta. Atirar de preferência da posição deitada. Só atirar por sobre o abrigo se
houver um fundo adequado a mascarar a sua silhueta e quando não for conveniente
fazê-lo pelos lados.
3.4.4 - Limpeza dos campos de tiro
Nas situações estáticas em que se espera o contato com o inimigo (defensivas,
emboscadas, etc.), devem ser preparados os campos de tiro. Essa operação, de forma
a não denunciar as posições de tiro, deve obedecer aos princípios que se seguem:
- remover o excesso de vegetação rasteira com cuidado, para não quebrar o aspecto
natural em torno da posição;
- nas regiões de árvores esparsas, remover os ramos mais baixos dessas árvores;
- nos bosques densos, em princípio, não será possível, a não ser que haja tempo
disponível, realizar a limpeza completa dos campos de tiro. O trabalho deve ser
limitado ao desbaste da vegetação rasteira, à remoção dos ramos mais baixos das
árvores maiores e a abrir estreitos corredores de tiro para as armas automáticas;
- iniciar a limpeza junto à posição, prosseguindo na direção provável de aproximação
do inimigo até o limite do alcance útil da arma;
- remover a vegetação cortada para locais onde não proporcione cobertas para o
inimigo, nem denuncie a posição;
- plantações de cereais (trigo, milho, etc.), canaviais e capinzais devem ser ceifados
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 3-36 - ORIGINAL
ou queimados se estiverem secos, desde que isto não revele a posição;e
- não remover a vegetação que auxilie no disfarce da posição.
Antes de iniciar a limpeza de um campo de tiro, o combatente deve fazer uma
cuidadosa avaliação do vulto do trabalho dentro do tempo disponível. Essa
estimativa, muitas vezes, determina a natureza e a extensão da limpeza a ser
realizada, pois um campo de tiro no qual a vegetação desbastada não pode ser
convenientemente retirada, pode dar ao inimigo melhores cobertas e abrigos que o
terreno em seu aspecto normal. Além disso pode denunciar a posição.
3.4.5 - Tiro noturno
a) Generalidades
A técnica de tiro noturno, considerando a visibilidade deficiente, emprega um
processo de pontaria no qual o atirador não utiliza o aparelho de pontaria.
Empregando os princípios de visão noturna, o atirador, após identificar o alvo,
aponta sua arma mantendo os dois olhos abertos e fixos no alvo, a cabeça
erguida e o queixo sobre a coronha.
O emprego de munição traçante, não obstante denunciar a posição do atirador,
facilita a observação dos efeitos e a correção do tiro.
Para localizar posições inimigas, poderá ser utilizado um combatente em uma
posição afastada lateralmente da principal, o qual executará diversos disparos
para atrair o fogo inimigo. É preciso ter cuidado para não se deixar enganar por
esse ardil quando empregado pelo inimigo. A noite só se deve atirar quando se
observar o alvo com nitidez que permita atingi-lo. Um tiro a esmo não surtirá o
efeito desejado e ainda denunciará a posição do atirador.
As granadas de mão são de grande utilidade no combate noturno. Os seus efeitos
são eficazes contra alvos incertos e não denunciam a posição de quem as
arremessou. O emprego, a noite, de granadas de bocal, por outro lado, deve ser
cercado de rigorosa precaução quanto aos campos de tiro. A existência de
qualquer obstáculo na trajetória de uma granada de bocal, mesmo um pequeno
ramo ou arbusto, pode provocar sua explosão prematura, trazendo sério perigo
ao atirador,
Sob condições de luminosidade muito favoráveis, desde que se consiga ver a
massa de mira, pode-se realizar o tiro como durante o dia.
A utilização de equipamentos de visão noturna reduz consideravelmente as
dificuldades do tiro noturno. No entanto, esse tipo de equipamento exige
treinamento específico para o correto manuseio.
OPERAÇÕES ANFÍBIAS
4.1 - GENERALIDADES
O desenvolvimento da doutrina, das táticas, das técnicas e dos meios empregados nas
operações anfíbias (OpAnf) iniciou-se há quase 3000 anos, quando os gregos
desembarcaram em praias próximas à cidade de Tróia, para conquistá-la. Desde então, a
História registrou muitas outras operações similares. As mais conhecidas ocorreram
durante a 2a Guerra Mundial, como o desembarque na NORMANDIA, que levou os
aliados à abertura de uma segunda frente na Europa, ou o assalto a IWO JIMA, com o
propósito de negar o seu uso pelo inimigo e prover uma base aérea avançada para os
ataques ao Japão. Mais recentemente, ocorreu o desembarque britânico nas ILHAS
FALKLANDS/MALVINAS e o assalto à ILHA DE GRANADA pelos norteamericanos.
As OpAnf exigem, para o seu planejamento e execução, um alto nível de preparo
técnico-profissional do pessoal envolvido com a mais complexa das operações militares.
A OpAnf refere-se, normalmente, a um ataque lançado do mar por uma Força-Tarefa
Anfíbia (ForTarAnf), sobre litoral hostil ou potencialmente hostil.
A publicação CGCFN-1-1 - Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos
Operativos de Fuzileiros Navais aborda o assunto tratado neste capítulo com maior
profundidade.
4.2 - MODALIDADES DE OPERAÇÕES ANFÍBIAS
4.2.1 - Assalto Anfíbio (AssAnf)
Ataque lançado do mar por uma ForTarAnf, para, mediante um desembarque,
estabelecer firmemente uma Força de Desembarque (ForDbq) em terra.
4.2.2 - Incursão Anfíbia (IncAnf)
Operação envolvendo uma rápida penetração ou a ocupação temporária de um
objetivo em terra, seguida de uma retirada planejada.
4.2.3 - Demonstração Anfíbia
Ação diversionária compreendendo a aproximação do território inimigo por forças
navais, inclusive com meios que caracterizam um AssAnf, sem o efetivo
desembarque de tropas.
4.2.4 - Retirada Anfíbia
Consiste na evacuação ordenada e coordenada de forças de um litoral hostil.
4.4 - FASES DAS OPERAÇÕES ANFÍBIAS
As fases aqui relacionadas se referem ao AssAnf. Entretanto, os conceitos e princípios
são aplicáveis, também, às outras modalidades de OpAnf.
4.4.1 - Planejamento
Corresponde ao período decorrido desde a expedição da Diretiva Inicial (DI) para uma
OpAnf até o embarque dos meios. Embora o planejamento da operação não cesse
efetivamente ao término dessa fase, é conveniente distinguí-la, devido às diferenças
que ocorrerão nas relações de comando.
4.4.2 - Embarque
Compreende o período durante o qual as forças com seus meios são embarcados nos
navios previamente designavos. Esta fase estará terminada com a partida dos navios.
4.4.3 - Ensaio
É o período durante o qual a operação em perspectiva é ensaiada. O Ensaio,
normalmente, ocorre durante a Travessia.
O Ensaio é realizado para testar a adequação do plano, proporcionando a familiarização
com o mesmo. Nele é feita a tomada de tempo dos eventos de forma a confirmar o
quadro-horário elaborado para a operação. Serão testadas, ainda, a prontificação do
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 4-3 - ORIGINAL
pessoal e as comunicações.
Antes do Ensaio, assim como antes do desembarque, deverão ser ministrados
“briefings” sobre a operação e disseminadas as medidas de segurança destinadas a
preservar o sigilo da operação.
4.4.4 - Travessia
A Travessia envolve o movimento de uma ForTarAnf desde os pontos de embarque
até os postos ou áreas previstos no interior da Área de Desembarque (ADbq).
Deverão ser realizados nesta fase exercícios de guarnecimento de Postos de
Abandono para a tropa, instrução sobre controle de avarias e utilização de
equipamentos de respiração, com auxílio do pessoal do navio.
O tempo disponível nessa fase deverá ser utilizado para disseminar as alterações no
planejamento, divulgação de informações e instruções, bem como a realização dos
adestramentos possíveis, conforme necessário.
É importante a realização de treinamento físico militar, exercícios de tiro e de
embarque em viaturas anfíbias e aeronaves, oportunidade na qual poderão ser
prontificados os manifestos de embarque. A execução da verificação diária de
pessoal faz-se necessária, para constatar a presença física e o estado de saúde física e
mental de todos os elementos.
4.4.5 - Assalto
Corresponde ao período entre a chegada do Corpo Principal da ForTarAnf à ADbq e
o término da OpAnf, compreendendo o Movimento Navio-para-Terra (MNT) e as
ações em terra. É nela que a ForDbq é projetada em terra para cumprir suas tarefas,
de acordo com um Conceito de Operação.
Compreende as seguintes etapas:
- preparação final da ADbq;
- MNT por superfície e/ou por helicópteros;
- desembarque dos elementos de assalto da ForDbq;
- ações em terra para a conquista da CP;
- desembarque de outros elementos da ForDbq, geralmente de apoio ao combate
(ApCmb) e de apoio de serviços ao combate (ApSvCmb), para a execução de
tarefas que possibilitem o prosseguimento das ações em terra; e
- provisão do apoio de fogo naval e aéreo e do apoio logístico.
OPERAÇÕES TERRESTRES
5.1 - GENERALIDADES
No contexto da guerra anfíbia, os Fuzileiros Navais terão que executar operações
terrestres com a finalidade de cumprirem sua missão.
Tais operações poderão ser de caráter ofensivo (operações ofensivas) ou defensivo
(operações defensivas).
O CGCFN- 1-5 - Manual de Operações Terrestres de Fuzileiros Navais, aborda o
assunto com detalhes.
5.2 - OPERAÇÕES OFENSIVAS
O sucesso final no campo de batalha somente é obtido pelas operações ofensivas.
Ofensiva significa atacar, explorar as fraquezas do inimigo e manter a iniciativa. São
realizadas a fim de alcançar um ou mais dos seguintes propósitos:
- destruir forças ou material inimigos;
- conquistar áreas ou pontos importantes do terreno;
- obter informações;
- desviar a atenção do inimigo;
- fixar o inimigo em posição;
- privar o inimigo de recursos; e
- desorganizar um ataque.
5.2.1 - Fases da ofensiva
Todas as operações ofensivas tendem a se desenvolver, normalmente, em três fases:
- preparação;
- execução; e
- continuação.
a) Preparação
Esta fase tem início com o recebimento da diretiva, que dará origem à operação,
até a ocupação de uma posição de ataque (PAtq) e subseqüente transposição de
uma linha de partida (LP), o que marca efetivamente o inicio da execução do
ataque.
Nesta fase, ocorre a marcha para o combate, na qual a tropa atacante busca
estabelecer o contato com o inimigo. A seguir, deslocando-se a partir de zona (s)
de reunião (ZReu) e/ou de PAtq transpõe a LP ou linha de contato (LC),
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-2 - ORIGINAL
dependendo da situação, o que marca o início da fase seguinte (Fig 5.1).
b) Execução
Esta fase se inicia com o cruzamento de uma LP ou linha de contato (LC) até a
conquista do(s) objetivo(s) (Obj) decorrentes das tarefas impostas pela missão
atribuída na diretiva.
Sob a proteção dos fogos de preparação realizados pelas armas de apoio, as tropas
progridem até as Posições de Assalto (PAss), Linha Final de Coordenação (LFC)
ou Linha de Provável Desenvolvimento (LPD), no caso de um ataque noturno
(Fig 5.1). O efeito de obscurecimento e de neutralização proporcionado pelas
armas de apoio, em geral é necessário para apoiar o assalto. Porém, na medida do
possível, a surpresa deve ser preservada. Quanto mais próximo do objetivo o
escalão de assalto chegar antes de abrir fogo, melhor. Além do inimigo ser
atingido psicologicamente, ele também terá menos tempo para colocar em ação
suas armas mais pesadas.
O assalto ocorre tão logo os fogos das armas de apoio tenham se deslocado para a
retaguarda e flancos da posição inimiga para não por em risco o escalão de
assalto, o qual, desencadeando os fogos de assalto com suas armas orgânicas, se
lança, rápida e agressivamente sobre o(s) objetivo(s). Este escalão não se detém
na orla anterior do(s) objetivo(s); pelo contrário, dirige-se com rapidez em um
único lanço, ou executando as técnicas de fogo e movimento quando a resistência
inimiga assim exigir, até a orla posterior ou a parte que lhe for designada.
A história ensina que a velocidade no combate é uma arma preciosa. A unidade,
os homens ou máquinas que conseguem, consistentemente, se mover e agir mais
rápido que seu inimigo durante o assalto obtêm vantagem decisiva.
Para garantir velocidade no assalto, cada combatente deve:
- possuir a máxima habilidade com as armas por ele usadas;
- explorar convenientemente os pequenos abrigos e as cobertas proporcionados
pelo terreno em sua zona de ação (ZAç), bem como a qualidade dos campos de
tiro dessas posições;
- atacar sem depender de comandos verbais ou visuais e, sendo um comandante de
pequena fração, posicionar-se na frente, junto aos elementos mais avançados, de
forma a conduzir o assalto com deslocamentos taticamente seguros e
movimentação flexível, evitando confusão na transmissão das ordens e retardos
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-3 - ORIGINAL
desnecessários. Convém lembrar que no meio do barulho, vegetação, confusão e
fumaça do ambiente de combate, raramente um comandante de fração
conseguirá fazer com que suas ordens transmitidas a viva voz ou por gestos
alcancem todos os seus subordinados, principalmente se ele estiver à retaguarda;
e
- unir forças e aliviar o isolamento do combate simplesmente conversando com o
combatente ao seu lado. Isso é importante não apenas para a disseminação lateral
das informações e ordens, mas mais importante ainda, para a coesão moral da
fração.
Além disso, a velocidade de progressão das frações será influenciada pela
flexibilidade de manobra proporcionada pela formação adotada. Em geral, uma
formação em triângulo (ou em cunha) oferece mais flexibilidade do que a em
linha, que compromete todo o poder de combate em uma direção.
c) Continuação
Com a conquista do (s) objetivo (s), segue-se uma série de ações com vistas a
consolidar sua posse, reorganizar a tropa e adotar um dispositivo que permita a
continuação das operações. A partir daí, poderá ter início tipos de operações
ofensivas, como o aproveitamento do êxito ou a perseguição.
Tendo em vista que raramente um ataque consegue destruir de uma só vez e
totalmente um inimigo que se defende, é provável que os seus remanescentes
procurem desengajar, retrair o que for possível, reorganizar-se e estabelecer novas
posições. Dependendo do escalão, poderão ser colocadas em ação tropas
deslocadas de áreas em que houver menor atividade ou mesmo empregar suas
reservas para destruição dos bolsões de resistência apresentados pelos
remanescentes .
Assim, salvo restrições impostas pelo comando ou pela eventual falta de meios, o
ataque deve ser seguido de um agressivo aproveitamento do êxito obtido com a
conquista do(s) objetivo(s), visando manter pressão sobre o inimigo e destruir sua
capacidade de reorganizar-se.
Quando existem indícios de que a resistência do inimigo se desintegra, o ataque
ou o aproveitamento do êxito se transforma em perseguição, destinada à
destruição da tropa inimiga (Fig 5.1).
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-4 - ORIGINAL
APROVEITAMENTO
DO ÊXITO
PERSEGUIÇÃO
CONTINUAÇÃO
EXECUÇÃO
PREPARAÇÃO
ASSALTO
PAss
(LPD)
(LPD)
PAss
LP
LP
MARCHA PARA
O COMBATE
Obj
ZReu
PAtq
Fig 5.1 - Fases da ofensiva
5.2.2 - Tipos de operações ofensivas
Em uma ação ofensiva, há três tarefas a serem realizadas em relação ao inimigo:
localizá-lo e fixá-lo em posição, manobrar de modo a obter uma vantagem tática e,
no momento e local oportunos, desencadear um ataque decisivo para destruí-lo.
Visando cumprir estas tarefas, há cinco tipos gerais de operações ofensivas:
Há cinco tipos gerais de operações ofensivas:
- marcha para o combate;
- reconhecimento em força;
- ataque coordenado;
- aproveitamento do êxito; e
- perseguição.
a) Marcha para o combate
É uma operação que visa estabelecer, o mais cedo possível, o contato com o
inimigo ou restabelecê-lo quando perdido. Termina com a ocupação de uma
região pré-estabelecida ou quando posições de resistência do inimigo impedem o
movimento, forçando o desdobramento da tropa.
A tropa, neste tipo de operação ofensiva, poderá adotar uma das seguintes
formações táticas, a depender, principalmente, do grau de ameaça do inimigo:
- coluna de marcha;
- coluna tática; e
- marcha de aproximação.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-5 - ORIGINAL
I) Coluna de marcha
Utilizada quando o contato com o inimigo for remoto. Prevalecem as medidas
que visam facilitar e acelerar o movimento. O deslocamento é realizado,
normalmente, por estradas e motorizado.
II) Coluna tática
Utilizada quando o contato com o inimigo for pouco provável. Neste caso,
considerações táticas e administrativas existem paralelamente. A tropa é
organizada para o combate de modo a permitir rápida entrada em ação em face
de qualquer interferência do inimigo.
III) Marcha de aproximação
Empregada quando for iminente a ação do inimigo terrestre (contato iminente).
Prevalecem as considerações táticas e a tropa será desdobrada
progressivamente à medida em que se prenuncia o contato, culminando com a
tomada do dispositivo de ataque ou de qualquer outro cuja dispersão lhe
permita furtar-se à ação das armas de tiro de trajetória tensa do inimigo.
Durante a realização de uma marcha para o combate deve ser esperada a
ocorrência de um combate de encontro, o qual consiste na ação que ocorre quando
uma tropa em movimento, não desdobrada para o combate, engaja-se com uma
tropa inimiga, parada ou em movimento, sobre a qual não dispõe de informações
adequadas.
Tal ação pode ter lugar em condições de combate altamente móveis, com as tropas
dispersas lateralmente e em profundidade, como após os momentos iniciais do
assalto anfíbio. Sua ocorrência é mais freqüente nos pequenos escalões de tropa.
Deve ser evitada, por meio de elementos de segurança à frente, a ocorrência de
um combate de encontro, pela imprevisibilidade de sucesso de ambos os partidos
neste tipo de embate.
b) Reconhecimento em força
É uma operação realizada com propósito limitado, visando revelar e testar o
dispositivo e o valor do inimigo em uma determinada posição ou obter outras
informações.
O vulto da força a ser empregada neste tipo de operação deverá ser adequado para
obrigar o inimigo a reagir em força e decididamente, sem que se permita um
engajamento decisivo, mas que revele seu valor, dispositivo, reservas, localização
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-6 - ORIGINAL
das armas de apoio, instalações de comando e logísticas, etc.
Normalmente, desta forma, os conhecimentos desejados são obtidos mais rápido e
pormenorizadamente do que em outros métodos de reconhecimento.
c) Ataque coordenado
O ataque coordenado é o principal tipo de operação ofensiva. Em geral, quando se
emprega a palavra ataque, tem-se em mente um ataque coordenado. Caracteriza-se
pelo emprego coordenado da manobra e do apoio de fogo para cerrar sobre o
inimigo, destruí-lo ou neutralizá-lo. É, normalmente, empregado contra posições
inimigas organizadas ou fortificadas e necessita de adequado apoio de fogo.
Pode ser precedido de uma marcha de aproximação e/ou de um reconhecimento
em força e deve ser executado com agressividade.
É planejado e se completa, habitualmente, segundo as três fases já apresentadas
para as operações ofensivas (preparação, execução e continuação).
d) Aproveitamento do êxito
O aproveitamento do êxito é a agressiva continuação de um ataque bem sucedido
e tem início, normalmente, quando for constatado que a tropa inimiga está
encontrando dificuldades para manter sua defensiva.
Sua finalidade é destruir a capacidade do inimigo de resistir ao ataque e
reorganizar-se ou realizar um movimento retrógrado ordenado.
Quando o inimigo apresenta indícios de desorganização e suas tropas se
desintegram sob a pressão do ataque continuado, o aproveitamento do êxito pode
se transformar em perseguição.
e) Perseguição
A perseguição é uma operação destinada a cercar e destruir uma tropa inimiga que
está em processo de desengajamento ou que tenta fugir. Normalmente, segue-se
ao aproveitamento do êxito, diferindo deste na sua finalidade principal que é a de
completar a destruição da tropa inimiga. Na perseguição, o inimigo perde sua
capacidade de influenciar a situação e age de acordo com as ações da tropa
perseguidora .
A perseguição pode, também, ocorrer em qualquer operação em que o inimigo
tenha perdido sua capacidade de agir eficientemente e tenta desengajar-se do
combate.
5.4 - OPERAÇÕES OFENSIVAS
5.4.1 - Ataque a uma área edificada
O ataque a uma área edificada desenvolve-se em três fases:
- isolamento da localidade;
- conquista de uma área na periferia; e
- progressão através da área edificada.
a) Isolamento da localidade
Será obtido mediante a conquista dos acidentes capitais que dominam as vias de
acesso à localidade. É planejado sob a forma de um ataque coordenado e visa
permitir o apoio às demais fases e , principalmente, impedir e/ou dificultar a
chegada de reforços inimigos.
b) Conquista de uma área na periferia
Visa eliminar ou reduzir a observação terrestre e os tiros diretos do inimigo sobre
as vias de acesso que demandam à região, garantindo uma base de apoio para a
tropa que vai investir sobre a área edificada.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-13 - ORIGINAL
c) Progressão através da área edificada
Consiste no avanço pelo interior da localidade visando a destruição do inimigo e
conquista dos objetivos. Tal fase é a que caracteriza a natureza peculiar da
operação.
5.5 - OPERAÇÕES DEFENSIVAS
A defensiva consiste no emprego do poder de combate com vistas a manter a posse de
uma área ou a integridade de uma força ou instalação, bem como criar condições mais
favoráveis para a ação ofensiva. Embora seja capaz de impedir o sucesso inimigo,
normalmente não assegura a vitória sobre o mesmo, pois resultados decisivos só são
esperados com o combate ofensivo. Contudo, é o espirito ofensivo que constitui a base
para o sucesso da defesa, através do planejamento e execução de ações dinâmicas e da
manutenção da iniciativa.
O defensor obtém a iniciativa selecionando e organizando, de acordo com suas
conveniências, a área a defender, induzindo o inimigo a reagir de acordo com os planos
defensivos, explorando suas vulnerabilidades e erros por meio de ações ofensivas e
contra-atacando sua forças que tenham obtido sucesso.
O propósito principal de uma operação defensiva é derrotar um ataque inimigo,
contendo, repelindo ou destruindo suas tropas. Os propósitos secundários incluem:
- ganhar tempo até a chegada de novos meios;
- economizar meios em um setor, de modo a concentrar poder de combate para uma
ação decisiva em outro;
- criar condições mais favoráveis às operações ofensivas subseqüentes;
- impedir o acesso do inimigo à determinada área;
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-15 - ORIGINAL
- reduzir a capacidade do inimigo de combater, desgastando suas tropas; e
- controlar pontos críticos e/ou objetivos profundos.
5.5.1 – Classificação das operações defensivas
As operações defensivas abrangem todas as ações que representam resistência a uma
força atacante. Podem ser classificadas quanto ao tipo e quanto ao tempo disponível
para a preparação da posição.
a) Classificação quanto ao tipo
As operações defensivas compreendem a defesa em uma ou mais posições e os
movimentos retrógrados.
I) Defesa em uma ou mais posições
Nesta defesa, a tropa que defende, procura enfrentar o inimigo em uma área
previamente organizada, em largura e profundidade, procurando dificultar ou
deter sua progressão, à frente ou em profundidade, e aproveitando todas as
oportunidades para desorganizá-lo, desgastá-lo ou destruir suas forças,
negando-lhe a posse de determinada área, e criando condições favoráveis para
o desencadeamento de uma ação ofensiva.
II) Movimentos retrógrados
Neste movimento, a tropa que defende procura evitar o combate decisivo sob
condições desfavoráveis, seja rompendo o contato com o inimigo, seja
retardando-o a fim de trocar espaço por tempo, evitando sempre empenhar-se
em ações que possam comprometer a sua integridade.
Os movimentos retrógrados são ações táticas realizadas por uma força em
direção à retaguarda ou para longe do inimigo, por pressão deste ou em
decorrência de uma idéia de manobra. Em qualquer caso, devem ser aprovadas
pelo escalão imediatamente superior.
Os movimentos retrógrados, normalmente, ocorrem sob condições adversas ou
em situação em que o oponente retém a iniciativa das ações. Deste modo, os
comandantes de todos os escalões devem ter uma atenção especial ao moral de
suas tropas. O propósito geral de um movimento retrógrado é preservar a
integridade de uma força, de modo a que possa ser empregada, no futuro, em
ações ofensivas.
Os movimentos retrógrados são classificados como: ação retardadora (AçRtrd);
retraimento (Ret); e retirada (Rda).
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-16 - ORIGINAL
Em decorrência dos dois primeiros tipos, pode ocorrer um acolhimento, no
qual uma tropa realizando um movimento retrógrado passa através das linhas
de uma outra.
b) Classificação quanto ao tempo disponível
Quanto ao tempo disponível uma defesa pode ser classificada em defesa preparada
ou defesa imediata.
I) Defesa preparada
Ocorre quando uma força não está em contato com o inimigo, nem há
iminência de sua ocorrência, havendo, portanto, condições para planejamento e
execução detalhada da defensiva. Normalmente, inclui um bem planejado
sistema de barreiras, trabalhos de fortificações e extensa rede de comunicações.
A defensiva será tanto mais eficaz quanto maior o tempo disponível para sua
implementação.
II) Defesa imediata
Ocorre quando houver contato ou iminência de contato com o inimigo,
dispondo-se apenas de condições limitadas para a instalação da posição
defensiva. Também é instalada imediatamente após a conquista de um objetivo,
como parte inicial das medidas para a sua consolidação. Caracteriza-se pelo
agravamento das condições defensivas do terreno, lançamento de obstáculos
sumários e emprego de abrigos individuais. Na defesa imediata empregam-se
os fundamentos e técnicas de defesa preparada passíveis de serem
implementadas em face da situação.
5.5.2 - Fundamentos da defensiva
a) Apropriada utilização do terreno
O defensor deve desdobrar suas tropas com base, principalmente, no terreno.
Manterá o controle sobre os acidentes capitais essenciais à observação,
comunicações e movimentos da reserva, e negará ao inimigo o uso do terreno que
ameace o sucesso da defesa. A área selecionada deverá fornecer boas condições
de observação, campos de tiro, coberta e abrigos. Os obstáculos deverão canalizar
o movimento das forças inimigas para áreas favoráveis ao desencadeamento de
contra-ataques ou de fogos de destruição.
b) Segurança
O defensor deve adotar medidas para não ser surpreendido, uma vez que o
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-17 - ORIGINAL
inimigo retém a iniciativa das ações e a liberdade de manobra. Tais medidas
incluem: emprego de forças de segurança, busca de conhecimentos sobre a
localização e deslocamentos das forças inimigas, aproveitamento das cobertas e
abrigos, camuflagem, uso de radares de vigilância terrestre, dispositivos de escuta,
etc.
c) Surpresa
A surpresa é tão importante na defensiva quanto na ofensiva. Assim, o defensor
deve empreender seus esforços tanto para negá-la ao inimigo pelo uso de
elementos de segurança, reconhecimento e vigilância, quanto para obtê-la.
Adotará, então, medidas para não ser surpreendido, tais como emprego de forças
de segurança, busca de informes sobre a localização e deslocamentos de forças
inimigas, meios de defesa passiva como aproveitamento de cobertas e abrigos, uso
de camuflagem, radares de vigilância terrestres, dispositivos de escuta, etc.
d) Conhecimento do inimigo
O defensor deve considerar a liberdade de que dispõe o atacante para escolher o
momento, o local, a direção e o valor de suas tropas para realizar o ataque. Deste
modo, o conhecimento das possibilidades do inimigo, sua doutrina operativa, seus
principais hábitos e o levantamento das vias de provável acesso do inimigo e os
objetivos que este poderá selecionar são essenciais para o sucesso da defesa. Uma
vez obtidos o maior número de dados possível sobre o inimigo, o defensor poderá
antecipar as ações inimigas, estabelecendo mais rapidamente as condições para
reassumir as ações ofensivas. Este fundamento complementa o da defesa.
e) Apoio mútuo
O apoio mútuo pelos fogos, pela observação e pelo emprego de elementos de
manobra garante a necessária coesão à área de defesa e dificulta o engajamento e
destruição da tropa por partes. Tal apoio será obtido quando os núcleos de defesa
estiverem dispostos de modo que, ao atacar um deles, o inimigo fique sob fogos
diretos de ao menos um outro. Tal condição é imprescindível entre subunidades de
uma mesma unidade, e entre suas frações subordinadas, bem como no âmbito
dessas frações.
f) Defesa a toda volta
A liberdade de manobra do atacante faz com que o defensor esteja preparado para
enfrentá-lo vindo de qualquer direção, inclusive com tropa transportada por meios
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-18 - ORIGINAL
aéreos.
g) Defesa em profundidade
É necessária com vistas a: reduzir o ímpeto do ataque e evitar o rompimento da
posição defensiva; forçar o inimigo a realizar repetidos ataques; permitir ao
defensor avaliar as ações executadas pelo inimigo e contê-las; impedir o inimigo a
empregar suas reservas em local e momento não decisivos; e diminuir os efeitos
dos seus fogos.
A profundidade da defesa é conseguida engajando o mais cedo possível o inimigo
com elementos aéreos, com as forças de segurança, empregando as armas de
apoio a partir de posições avançadas e em seu máximo alcance de utilização,
empregando núcleos defensivos sucessivos, utilizando obstáculos e barreiras
dispostos em profundidade, e pela manobra e adequado emprego das reservas e
fogos de apoio.
A profundidade deve ser equilibrada com a defesa a toda volta.
h) Flexibilidade
Na defensiva, a flexibilidade é conseguida pela seleção e preparo de posições de
muda e suplementares, pela mobilidade dos elementos de combate e da reserva,
pelo controle centralizado das armas de apoio, pela preparação dos planos de
contra-ataque e pelo planejamento de retomada das ações ofensivas.
i) Máximo emprego da ação ofensiva
Considerando que a ofensiva é a forma decisiva de combate, o defensor deve estar
atento às oportunidades que permitam adotá-la. Ações dinâmicas que levam à
retomada da iniciativa incluem: patrulhamento agressivo, ataques com as forças
de segurança antes que o inimigo alcance a posição defensiva (PD), incursões
contra suas tropas que estejam se preparando para o ataque e contra-atacando suas
penetrações na PD.
j) Dispersão
Este fundamento deve ser considerado concorrentemente com a necessidade de se
obter o máximo apoio mútuo, a máxima segurança e o mínimo de vulnerabilidade
aos fogos inimigos.
A dispersão em profundidade evita que as frentes se tornem muito extensas para o
defensor, proporciona mais meios para a reserva, evita os movimentos laterais
quando ocorrer um ataque inimigo apenas numa parte da frente, facilita a detecção
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-19 - ORIGINAL
e destruição de elementos de infiltração e proporciona um dispositivo mais
apropriado à realização de contra-ataques.
A dispersão em largura pode conduzir a um isolamento dos elementos avançados,
os quais ficariam sujeitos a serem engajados e batidos por partes na eventualidade
de uma penetração inimiga.
k) Integração e coordenação das medidas de defesa
A eficácia da defesa é baseada na integração e coordenação cuidadosas da
manobra, do planejamento do apoio de fogo, do plano de barreiras e do plano de
defesa anticarro (DAC).
l) Utilização judiciosa do tempo disponível
O planejamento e organização da posição defensiva serão tanto melhores quanto
maior o tempo disponível. Sua judiciosa utilização deve ser uma preocupação
constante antes e durante a operação.
5.5.3 - Organização de uma área de defesa
A área de defesa (AD) é organizada em profundidade segundo três escalões:
- área de segurança (ASeg);
- área de defesa avançada (ADA); e
- área de reserva (ARes).
As duas últimas consubstanciam a PD
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-20 - ORIGINAL
ÁREA DE SEGURANÇA
DO EscSup
PAG
PAC
LAADA
ÁREA DE RESERVA
(FCob)
PAG
PAC
LAADA
POSIÇÃO
DEFENSIVA
ÁREA DE
DEFESA AVANÇADA
ÁREA DE
SEGURANÇA
Fig 5.6 - Organização da área de defesa
a) Área de segurança
É a que se estende para frente e para os flancos desde o Limite Anterior da Área
de Defesa Avançada (LAADA). Nesta área, operam as forças de segurança ou
escalão de segurança, destinadas a fornecer conhecimentos e alerta oportuno sobre
o inimigo, impedir sua observação terrestre sobre a ADA, iludi-lo quanto à PD e,
de acordo com suas possibilidades, retardá-lo e desorganizá-lo.
b) Área de defesa avançada
É a que se estende para retaguarda desde o LAADA até o limite posterior dos
elementos de primeiro escalão. Nela é que terão lugar as ações decisivas da
defensiva.
Nesta área operam as forças de defesa avançada, que serão estruturadas de acordo
com a forma de manobra tática defensiva adotada. Quando esta for baseada na
manutenção do terreno, tais forças serão destinadas a impedir a entrada do
atacante na área. Se o planejamento estabelecer uma defesa com base na
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 5-21 - ORIGINAL
mobilidade, as forças de defesa avançada terão a tarefa de canalizar o inimigo
para uma região previamente escolhida, que favoreça sua destruição pelo fogo e
pela manobra ofensiva com a reserva.
c) Área de reserva
É a que se estende desde a retaguarda dos elementos de primeiro escalão até o
limite posterior do escalão considerado.
Na defensiva, a reserva é o principal meio de que dispõe o comandante para
influenciar no combate e reconquistar a iniciativa.
O GRUPO DE COMBATE E A ESQUADRA DE TIRO
6.1 - GENERALIDADES
Nas operações terrestres deve ser valorizado o emprego dos menores escalões de tropa,
por sua importância e contribuição para o cumprimento dos mais variados tipos de
tarefas. O espírito combativo e a proficiência tática dessas frações, particularmente do
Grupo de Combate (GC), enaltece o poder de combate de uma tropa de Fuzileiros
Navais
O presente capítulo descreve a finalidade, organização, tarefas e armamento do GC e de
suas frações constituintes - as Esquadras de Tiro (ET). Além disso, apresenta as táticas e
procedimentos dessas frações no combate ofensivo e defensivo.
6.2 - FINALIDADE E ORGANIZAÇÃO
O GC, como unidade tática básica de infantaria, tem por finalidade localizar, cerrar
sobre o inimigo e destruí-lo pelo fogo e movimento, ou repelir seu ataque pelo fogo e
combate aproximado.
Ele é organizado
automática (MINIMI) e controlada por um comandante.
O GC é composto por 13 combatentes: um sargento, que é seu comandante, e das três
ET com quatro combatentes cada. A ET, por sua vez, é constituída por um CB-IF, seu
comandante; um CB-IF atirador, responsável pela execução dos tiros da arma
automática da ET; um SD-FN municiador; e um SD-FN volteador.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-2 - ORIGINAL
Fig 6.1 - Grupo de Combate
6.2.1 - Tarefas individuais
Cada combatente de uma ET precisa conhecer perfeitamente as tarefas dos demais
integrantes dessa fração. Os comandantes de ET e do GC, por sua vez, devem ser
capazes de assumir as tarefas de seus respectivos superiores.
a) Comandante do GC (CmtGC)
Lidera o GC e faz cumprir as ordens de seu Cmt de Pelotão de Fuzileiros Navais
(CmtPelFuzNav). Ele é o responsável pela disciplina, apresentação pessoal,
adestramento, controle, conduta e bem estar de suas ET, em todos os momentos,
bem como pelas condições de manutenção e uso apropriado das armas e
equipamentos utilizados pelos integrantes de sua fração.
Em combate ele é responsável, também, pelo emprego tático de sua fração,
controle e disciplina dos fogos, e a manobra de suas ET. Coloca-se onde melhor
puder fazer cumprir as ordens emanadas do seu Cmt de pelotão e, ao mesmo
tempo, conduzir e controlar as ET.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-3 - ORIGINAL
b) Comandante de ET (CmtET)
Faz cumprir, no âmbito da sua fração, as ordens dadas pelo CmtGC. Ele é o
responsável pelas condições de funcionamento e limpeza das armas e
equipamentos de sua ET, bem como pela utilização correta desses meios.
É responsável, ainda, pelo controle do tiro e disciplina de fogo de sua ET. Para tal,
mantém-se tão próximo quanto possível do Atirador de forma a exercer
efetivamente o controle dos seus tiros. Contudo, com vistas a fazer cumprir as
ordens emanada pelo CmtGC, coloca-se numa posição de onde melhor possa
observar todos os integrantes da ET e controlar seus movimentos e o emprego de
suas armas.
Além dessas tarefas básicas como líder de uma pequena fração, porém sem
comprometê-las, ele atua também como granadeiro e é o responsável pelo
emprego eficiente do Lança-Granadas 40mm M203, do seu Fuzil de Assalto
5,56mm e, ainda, pelas condições de funcionamento e conservação dos seus
próprios armamento e equipamentos.
O mais antigo dos três CmtET é o substituto eventual do CmtGC.
c) Atirador
Cumpre as ordens do CmtET. É o responsável pelo emprego eficiente da arma
automática da ET (MINIMI), bem como pelas condições de funcionamento e
conservação dessa arma e de seus equipamentos.
d) Municiador
Auxilia o Atirador no emprego da arma automática da ET (MINIMI). Para tal,
colabora no posicionamento dessa arma e na identificação de alvos, protege o
atirador, transporta carregadores ou cofres de munição adicionais para o
reabastecimento e ajuda na solução dos incidentes de tiro. Deve estar preparado
para substituir o Atirador. É responsável pelo emprego, condições de
funcionamento e conservação do seu Fuzil de Assalto 5,56mm e de seus
equipamentos.
e) Volteador
Cumpre as ordens do CmtET, atuando como elemento de segurança na incessante
tarefa de localizar o inimigo nas proximidades de sua fração. É responsável pelo
emprego e pelas condições de funcionamento e conservação do seu Fuzil de
Assalto 5,56mm e dos seus equipamentos. Além disso, é responsável pelo
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-4 - ORIGINAL
emprego do armamento Anticarro (AC) quando disponível na ET.
6.3 - ARMAMENTO
O GC dispõe do seguinte armamento orgânico:
- CmtGC: Fuzil de Assalto 5,56mm e baioneta;
- CmtET: Fuzil de Assalto 5,56mm com Lança-Granadas 40mm M203 e baioneta;
- Atirador: fuzil metralhador ou arma automática (MINIMI) equivalente e faca de
combate;
- Municiador: Fuzil de Assalto 5,56mm e baioneta; e
- Volteador: Fuzil de Assalto 5,56mm, baioneta e armamento AC AT-4.
6.9 - FORMAÇÕES DE COMBATE
As formações de combate da ET e do GC são grupadas em individuais e de fração, com
vistas ao emprego tático eficiente. Os fatores que influenciam a decisão do Comandante
na escolha de uma formação em particular, são a tarefa recebida, o terreno, a situação,
as condições meteorológicas, a velocidade de progressão desejada e o grau de
flexibilidade pretendido. As formações de combate, bem como os comandos por gestos
e os sinais preetabelecidos, capacitam os comandantes a controlar o fogo e o movimento
de suas frações durante a aproximação e o assalto a uma posição inimiga.
6.9.1 - Formações básicas
a) ET
Normalmente, cada CmtET determinará a formação para sua própria fração.
Conseqüentemente, um GC pode conter uma variedade de formações de combate
de ET, em um dado momento, e ter essas formações modificadas freqüentemente.
A posição relativa de uma ET dentro da formação do GC deve ser tal que uma não
mascare o tiro das outras. Não é importante que distâncias e intervalos precisos
sejam mantidos entre as ET e os indivíduos, contanto que o controle não seja
perdido. Contato por sinais ou a viva voz serão mantidos dentro da ET e entre os
comandantes destas frações e o CmtGC. Todo movimento ligado a mudanças de
formação é realizado pelo itinerário mais curto e fácil. As características das
formações de combate da ET são similares àquelas correspondentes do GC. Essas
características são as seguir apresentadas.
I) Coluna
- permite o deslocamento rápido e controlado;
- favorece o fogo e o movimento para os flancos; e
- dificulta a execução dos tiros para frente.
Essa formação é usada quando a velocidade e controle do movimento são os
fatores preponderantes, como nos deslocamentos através de bosques, em um
nevoeiro, a noite e ao longo de uma estrada.
II) Triângulo
- permite um bom controle;
- provê segurança em todas as direções;
- proporciona bastante flexibilidade; e
- facilita a execução do tiro em qualquer direção.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-31 - ORIGINAL
É usada quando não existem dados exatos sobre a situação do inimigo, e o
terreno e a visibilidade favorecem a dispersão.
III) Linha
- proporciona o máximo poder de fogo para a frente; e
- dificulta o controle.
Nessa formação, dependendo da situação, o Atirador poderá ocupar uma posição
no dispositivo à direita ou à esquerda.
É usada quando a posição e o efetivo do inimigo são conhecidos, durante a
execução do assalto e a limpeza do objetivo, e para cruzar pequenas áreas
abertas.
IV) Escalonado à direita (à esquerda)
- provê excelente poder de fogo para frente e para o flanco do escalonamento; e
- reduz a velocidade de deslocamento, especialmente sob condições de
visibilidade reduzida.
É usada para proteger um flanco exposto.
Fig 6.14 - Formações básicas de combate da ET
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-32 - ORIGINAL
b) GC
Cabe ao CmtGC prescrever a formação de combate para sua fração. Entretanto, o
CmtPelFuzNav e o CmtGC podem prescrever a formação para suas respectivas
frações subordinadas quando a situação recomendar ou o Comandante assim o
desejar. Mudanças subseqüentes podem ser feitas pelos comandos subordinados
para fazer frente às alterações da situação.
As características das formações do GC são similares àquelas da ET. A ET é o
elemento de manobra nas formações do GC.
I) GC em coluna
As ET são dispostas em sucessão, uma atrás da outra.
- vulnerável aos fogos partidos da frente;
- facilita o controle e o deslocamento;
- proporciona excelente velocidade de deslocamento; e
- favorece um controle mais eficientemente, quando isto é desejado.
É especialmente apropriada para o deslocamento através de itinerários de
aproximação cobertos e estreitos, para manobrar através dos espaços entre duas
áreas sob fogo de artilharia inimiga, para o movimento através de áreas com
limitadas condições de observação ou sob condições de visibilidade reduzida.
É usada, também, nas operações noturnas.
Fig 6.15 - GC em coluna
II) GC em triângulo (ou em cunha)
- facilita o controle;
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-33 - ORIGINAL
- provê segurança em todas as direções;
- proporciona boa flexibilidade para a manobra; e
- permite a execução dos fogos em qualquer direção.
É especialmente recomendada quando não há certeza quanto à situação do
inimigo, e o terreno e as condições de visibilidade permitirem uma boa
dispersão.
Fig 6.16 - GC em triângulo
III) GC em “V”
- facilita a mudança de formação para o GC em linha;
- provê excelente poder de fogo para frente e para os flancos; e
- provê segurança a toda volta.
É usada quando o inimigo se encontra à frente, e sua correta localização e
efetivo são conhecidos. Pode ser empregada para cruzar extensas áreas
descobertas.
Fig 6.17 - GC em “V”
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-34 - ORIGINAL
IV) GC em linha
As considerações sobre essa formação são as mesmas da formação em linha da
ET.
Fig 6.18 - GC em linha
V) GC escalonado
As considerações sobre essa formação são as mesmas da formação escalonada
da ET.
Fig 6.19 - GC escalonado
6.10 - SINAIS
Os sinais são empregados para transmitir comandos e fornecer informações quando a
comunicação a viva voz é difícil, impossível, ou quando o silêncio precisa ser
mantido. Os comandantes de frações subordinadas repetem os sinais para suas frações
sempre que necessário assegurar a presteza e a execução correta das ordens.
6.10.1 - Apito
É um excelente instrumento de sinalização para os comandantes de pequenas
frações. Ele provê um meio rápido de transmitir uma mensagem para um grupo
grande de indivíduos. Entretanto, os sinais precisam ser previamente
convencionados e corretamente compreendidos por todos para evitar interpretações
equivocadas. Além disso, sempre existe o perigo de um sinal de apito de uma
fração adjacente causar confusão, bem como o barulho do campo de batalha reduzir
sua eficiência.
6.10.2 - Sinais especiais
Consiste de todos os métodos e dispositivos especiais usados para transmitir
comandos ou informações. Um CmtGC operando a noite, pode usar leves pancadas
no seu capacete ou batidas na coronha do fuzil para sinalizar: alto, perigo, em frente
ou reunir aqui. Esses sinais devem ser conhecidos e ensaiados antes do seu uso.
Vários artefatos pirotécnicos e de fumaça podem ser empregados para sinalizar a
linha de frente, o início do ataque, a ordem para retrair, a indicação de um alvo e
cessar ou transferir os fogos. O uso desses sinais precisa ser coordenado entre os GC
e com o CmtPelFuzNav para que não se use um mesmo sinal já empregado por outro
com significado diferente.
6.10.3 - Gestos
Os gestos que se seguem são utilizados na manobra de pequenas frações:
Acelerado
Alto
Em frente
Abrigar-se
Eu não entendi
Dispersar
Pelotão
Atenção
ET
Diminuir a velocidade
Triângulo
GC
Em V
Linha
Linha de atiradores à direita/esquerda
Substituir
Escalonado à direita/esquerda
“Está pronto?” ou “Estou pronto.”
Comandantes a mim
Armar baioneta
Coluna
Cessar fogo
Reunir
“Abrir fogo” ou “aumentar” ou
“diminuir a cadência de tiro”
Obs: Cadência rápida: sinal executado
rapidamente.
Cadência lenta: sinal executado
lentamente.
Distância
Flanco à direita ou esquerda
Inimigo à vista
Mudança de direção
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-45 - ORIGINAL
Última forma ]
Congelar
6.11 - COMBATE OFENSIVO
6.11.1 - Fase da Preparação
Esta fase se inicia com o recebimento de uma ordem de alerta e termina quando os
primeiros combatentes cruzam a LP ou, ainda, quando o contato com o inimigo é
estabelecido - o que acontecer primeiro. Em geral, ela inclui o movimento para uma
zona de reunião (ZReu), os preparativos finais e o movimento até a LP.
a) Movimento para uma ZReu
O dispositivo assumido pelo GC durante esse movimento é influenciado pelo
valor e proximidade do inimigo, bem como pela sua posição na coluna que
realiza o movimento.
Geralmente esse movimento é realizado por meio de uma marcha para o
combate (MCmb). Dependendo do grau de ameaça do inimigo terrestre, será
assumida uma das formações a seguir para execução dessa marcha.
I) Coluna de Marcha
Adotada quando a probabilidade de contato com o inimigo é remota. As
unidades integrantes da coluna são grupadas administrativamente para
facilitar o controle e acelerar o movimento. O comandantes de todos os
escalões normalmente deslocam-se a testa de suas unidades/frações.
II) Coluna Tática
Adotada quando a ameaça inimiga passa para contato pouco provável. As
unidades da coluna são grupadas de forma a permitir o pronto desdobramento
nas formações de combate. O GC pode ser designado para integrar uma das
organizações a seguir apresentadas:
- GC como parte do Grosso: quando o GC integra o Grosso, a principal
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-46 - ORIGINAL
tarefa do CmtGC é a supervisão da disciplina de marcha no âmbito de sua
fração;
- GC na Ponta de Vanguarda: a Ponta precede a Vanguarda (Vgd) ao longo
do eixo de deslocamento. A distância entre a Ponta e a Vgd é prescrita pelo
Cmt da Vgd, usualmente de
inimigo surpreenda a tropa que vem à retaguarda e evitar retardos
desnecessário à Coluna. A Ponta reconhece quaisquer posições favoráveis à
montagem de emboscadas, tais como a confluência de rios, entroncamentos,
pequenas localidades, passagens estreitas entre elevações, etc. As formações
de combate da Ponta são prescritas pelo CmtGC que a compõe. Geralmente
a Ponta utiliza uma formação em triângulo ou em coluna aberta, de acordo
com o terreno. Quando a Ponta estiver avançando numa formação em
triângulo, a ET na testa do dispositivo (precursora) desloca-se pela beira da
estrada ou trilha. As duas ET à retaguarda deslocam-se fora da estrada ou
afastadas da trilha, cada uma de um lado. Quando a estrada ou trilha é
cercada por vegetação densa ou existe a necessidade da rapidez, a formação
usualmente empregada é
coluna, alternando, ao longo do eixo de deslocamento, os lados da estrada
ou trilha.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-47 – ORIGINAL
Fig 6.21 - A Ponta em terreno aberto
O CmtGC na Ponta determina um setor de reconhecimento para cada ET e
os CmtET, por sua vez, determinam setores individuais de observação para
cada um dos seus subordinados.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-48 – ORIGINAL
Fig 6.22 - Setor de observação das ET
A Ponta engaja todos os elementos inimigos que se encontrem dentro do
alcance útil de suas armas. O CmtGC participa ao Comandante da
Vanguarda todos os contatos estabelecidos, informando-o sobre a situação
do inimigo e a ação que pretende executar. Se a resistência inimiga é fraca
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-49 - ORIGINAL
em comparação com o poder de combate da Ponta, o CmtGC cerra
imediatamente sobre ela e a destrói. Caso haja suspeita que a resistência é
mais forte, o GC a ataca de maneira que os forças inimigas sejam obrigadas
a abrir fogo e a revelar seu valor e dispositivo. Essa ação agressiva auxilia
materialmente o Comandante da Vanguarda na formulação de uma
estimativa de situação mais precisa. Quando a Ponta estabelece contato
visual com o inimigo ao longo do itinerário de marcha, porém além do
alcance útil de suas armas, o Comandante da Vanguarda é informado e o
deslocamento prossegue até que o contato seja fisicamente estabelecido com
o inimigo. Quando o inimigo é observado em um flanco, fora do alcance
útil, a Ponta não precisa buscar o contato, mas participa tal fato
imediatamente ao Comandante da Vanguarda;
- O GC na Flancoguarda: os GC são escalados frequentemente como
patrulhas de segurança de flanco, chamadas de Flancoguardas. A uma
Flancoguarda pode ser determinado deslocar-se para um ponto crítico do
terreno no flanco do eixo de progressão e ocupá-lo, ou deslocar-se
paralelamente a coluna, dentro da distância prescrita para isso, a qual
depende da velocidade de deslocamento da coluna e do terreno. Quando se
dispuser de viaturas ou helicópteros e o terreno permitir o seu uso, é
altamente desejável prover a Flancoguarda com algum desses meios de
transporte. Quando se deslocar a pé, a Flancoguarda adota a formação
recomendada pela considerações sobre o terreno, velocidade de
deslocamento e autoproteção. Em terreno aberto, uma formação em
triângulo é usualmente a melhor. Em um terreno densamente arborizado, a
Flancoguarda deve utilizar uma formação
deslocamento do GC funciona como elemento esclarecedor da
Flancoguarda.
A Flancoguarda desloca-se de tal sorte a impedir que o inimigo execute tiros
eficazes de armas portáteis sobre a Coluna. Ela reconhece as áreas
favoráveis à ocultação do inimigo ou que lhe proporcione boa observação. A
Flancoguarda estabelece vigilância em pontos dominantes do terreno e
desloca-se rapidamente de um ponto a outro, mantendo-se interposta entre
as possíveis posições inimigas e a Coluna a proteger.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-50 - ORIGINAL
Patrulhas inimigas que se deslocam para longe do Grosso são informadas ao
escalão superior, mas não são atacadas, a menos que haja ordem em
contrário. Todas as outras forças hostis no alcance útil devem ser
imediatamente engajadas pela Flancoguarda. Se o inimigo abrir fogo, quer
sobre a Flancoguarda, quer sobre a Coluna, o GC determina seu valor e
dispositivo e participa imediatamente ao Cmt da Coluna. O GC resiste a
qualquer ataque inimigo até que lhe seja determinado retrair; e
- O GC como Ponta de Retaguarda: da mesma forma que a Vanguarda
destaca uma Ponta de Vanguarda, a Retaguarda (Rtg) emprega uma Ponta
para cobrir a sua retaguarda. A formação do GC que atua como Ponta de
Retaguarda é similar a da Ponta da Vanguarda, porém na ordem inversa. O
GC geralmente emprega uma formação em “V” ou
posiciona-se junto a testa da ET mais à retaguarda.
Fig 6.23 - O GC como Ponta de Retaguarda
A Ponta de Retaguarda só interrompe seu movimento para engajar o inimigo
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-51 - ORIGINAL
quando a ação deste ameaça interferir com a marcha. Qualquer atividade
inimiga observada é transmitida para o comandante à retaguarda.
A Ponta de Retaguarda não deve esperar o reforço de qualquer outra tropa.
Ela deve repelir vigorosamente todo e qualquer ataque inimigo. Se o
inimigo ameaça deslocar-se mais depressa que a Ponta de Retaguarda, uma
força de cobertura da retaguarda assume uma posição para cobrir aquela
Ponta. Quando forçada a recuar, a Ponta de Retaguarda retrai por um flanco
ou ao longo do itinerário determinado sem contudo mascarar os fogos da
força de cobertura.
Fig 6.24 - Retraimento da Ponta de Retaguarda
A Coluna Tática se encerra, normalmente, quando a tropa que a executa
ocupa uma ZReu para se preparar para o ataque. Entretanto, a situação do
inimigo pode obrigar a tropa a se desdobrar
Aproximação, a partir da Coluna Tática, sem ocupar uma ZReu.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-52 - ORIGINAL
b) Preparativos Finais
I) ZReu
É uma área onde uma tropa se concentra para se preparar para uma ação tática
subseqüente. Ela deve prover cobertas e abrigos, bem como segurança contra
ataques aéreos e terrestres inimigos; deve, também, ser suficientemente
espaçosa para permitir a dispersão da tropa no seu interior e dispor de bons
acessos até os eixos que conduzem para frente. Quando possível, a ZReu deve
estar localizada além do alcance útil das armas de tiro de trajetória tensa do
inimigo.
Os preparativos finais do GC para o ataque são completados quando o GC
está na ZReu. Aqueles não completados na ZReu podem ser consumados na
posição de ataque (PAtq). Esses preparativos incluem reconhecimentos,
formulação de planos e a disseminação das ordens.
Incluem, também:
- recebimento e distribuição de munição adicional;
- verificação da prontificação das armas, equipamentos e do pessoal;
- recolhimento e concentração dos equipamentos não necessários ao ataque,
os quais serão posteriormente conduzidos até a tropa;
- obtenção e distribuição de equipamentos extras ou especiais necessários à
operação;
- máximo descanso possível do pessoal; e
- verificação dos equipamentos de comunicações, divulgação das freqüências
e indicativos a serem utilizados.
II) Normas de Comando
São os passos de um método usual de auxílio ao CmtGC na preparação para
um ataque. Elas auxiliam no melhor uso do tempo disponível, dos meios e do
pessoal. Todos os passos devem ser considerados, porém, dependendo da
tarefa e do tempo disponível, o grau de detalhamento dessas considerações
poderá variar.
- Começar o planejamento: quando uma ordem é recebida, o CmtGC avalia
o tempo que ele dispõe. Assim fazendo, ele usa uma seqüência de
planejamento chamada planejamento inverso, significando que ele inicia
com a última ação para a qual o momento de execução já se encontra
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-53 - ORIGINAL
determinado (a hora do ataque, por exemplo) e trabalha de traz para frente
até divulgar suas ordens. Esta medida faz com que o tempo disponível seja
utilizado adequadamente para completar todas as atividades necessárias.
Durante este estágio, ele analisa o terreno e a situação do inimigo e das
próprias frações vizinhas. A partir dessas análises, ele formula um plano de
ação preliminar para cumprir sua tarefa. Este plano é apenas tentativo e
certamente deverá sofrer alterações;
- Faz os arranjos para os reconhecimentos e coordenação: o CmtGC
seleciona um itinerário e prepara uma lista com os detalhes a serem obtidos
no reconhecimento e na coordenação com as frações adjacentes e elementos
de apoio. Normalmente, ele leva consigo para o reconhecimento os CmtET
e os mais antigos das guarnições das armas de apoio que porventura estejam
à sua disposição;
- Executa o reconhecimento: neste estágio, o CmtGC completa o seu exame
da situação. As reuniões previamente combinadas com os CmtGC
adjacentes e frações de apoio são conduzidas como previstas. Ele verifica,
nessa oportunidade, como o terreno afeta aquele seu planejamento
preliminar e conclui pela sua adoção, aperfeiçoamento ou rejeição,
conforme for o caso. Ainda no seu reconhecimento, ele seleciona uma
posição favorável do terreno de onde poderá orientar seus CmtET;
- Completa seu planejamento: assim que retorna do reconhecimento, o
CmtGC completa o seu plano de ação, o qual é desenvolvido mentalmente.
Contudo, prepara as anotações julgadas necessárias à divulgação de sua
ordem de ataque;
- Divulga suas ordens: caso possível, o CmtGC divulga sua ordem de ataque
para o mesmo pessoal que com ele efetuou o reconhecimento, daquela
posição favorável selecionada anteriormente. Caso isto não seja possível, ele
orienta seus CmtET utilizando uma carta, um croqui ou um modelo
reduzido do terreno improvisado com areia; e
- Supervisiona as ações: o CmtGC exerce continuamente a supervisão das
ações de sua fração, de forma a assegurar-se que sua ordem seja cumprida
como determinado.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-54 - ORIGINAL
III) Plano de Ação
O quarto passo das Normas de Comando prevê que o CmtGC conclua o seu
plano de ação. Para tanto, o GC pode executar uma manobra pelo flanco da
posição inimiga ou abordá-la frontalmente.
IV) Divulgação da Ordem de Ataque
Ao concluir seu plano de ação, o CmtGC divulgará a ordem decorrente. Caso
seja complexa e detalhada, ela poderá ser escrita, mas, normalmente, limitarse-
á a disseminação das instruções necessárias. Em qualquer caso, o CmtGC
deverá se utilizar da forma tradicional de uma Ordem de Operação, a qual
inclui cinco parágrafos: Situação, Missão, Execução, Administração e
Logística, e Comando e Comunicações.
c) Movimento para a LP
Depois de deixar a ZReu, o GC avança rápida e continuamente até a LP. Se
necessário, pode ser feita uma curta parada na PAtq para efetuar uma
coordenação de última hora e assumir a formação de combate inicial. Caso nesse
deslocamento o GC venha a ser batido por fogos de artilharia ou morteiros, ele
deve cruzar rapidamente a área batida ou contorná-la.
A PAtq é a última posição coberta e abrigada antes da LP, onde o GC, como
escalão de assalto ou dele fazendo parte, se desdobra e conclui, no menor prazo
possível, os preparativos finais que não puderam ser realizados na ZReu.
I) Marcha de Aproximação
O GC deixa a ZReu e prossegue no movimento em direção ao inimigo em um
dispositivo de marcha de aproximação. Nela, os integrantes da coluna podem
estar total ou parcialmente desdobrados na formação de ataque. Geralmente o
avanço é realizado por lanços, parando em pontos facilmente indentificáveis
no terreno a fim de coordenar o movimento. O GC e as ET devem se
aproveitar ao máximo das cobertas e abrigos proporcionados pelo terreno
durante esse movimento.
Ao assumir o dispositivo na marcha de aproximação, o CmtPelFuzNav
prescreve a formação inicial dos seus GC. No desenrolar da marcha, no
entanto, os CmtGC podem determinar alterações de acordo com o terreno, a
frente estabelecida e a probabilidade de contato com o inimigo.
Um GC base é designado pelo CmtPelFuzNav para auxiliar na manutenção da
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-55 - ORIGINAL
direção, escolha de posições e velocidade de marcha. Os outros GC guiar-seão
por ele.
Cabe ao CmtGC regular o deslocamento de sua fração pelo GC base, ou se
for ele a base, avançar de acordo com o prescrito pelo CmtPelFuzNav. Ele se
desloca sempre que possível próximo a testa, de forma a avaliar o terreno e
aproveitar as melhores cobertas e abrigos, bem como para controlar o
movimento de suas ET. Ele mantém a direção de avanço tanto quanto
possível, só executando pequenos desvios para garantir as vantagens
proporcionadas por um terreno melhor.
Quando um PelFuzNav, na marcha de aproximação, não é precedido por
qualquer tropa amiga, ele usa uma das suas próprias frações como elemento
esclarecedor; normalmente uma ET, podendo, contudo, empregar todo um
GC. Esse elemento esclarecedor desloca-se agressivamente cobrindo a frente
do pelotão e obrigando o inimigo a revelar sua posição. A formação
empregada é, geralmente, em triângulo ou
ET com essa tarefa varia de
será necessário empregar um GC, o qual poderá utilizar uma formação em
“V” ou triângulo. O comandante do elemento esclarecedor observa
constantemente os sinais executados pelo CmtPelFuzNav, permanecendo, por
essa razão, em contato visual com ele durante todo tempo. A distância que o
elemento esclarecedor se desloca à frente do PelFuzNav varia com o terreno,
mas, normalmente, é o limite do alcance visual. Em terreno aberto, o
CmtPelFuzNav orienta o elemento esclarecedor para se deslocar pela orla
desse terreno, ao longo de uma sucessão de posições chaves, até alcançar a
PAtq.
Quando todos os preparativos para o ataque tiverem sido concluídos na ZReu,
não deverá haver qualquer retardo na PAtq, seguindo diretamente para a LP.
Ao atingir a PAtq, todas as frações completam o desdobramento, assumindo a
formação inicial para o ataque.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-56 - ORIGINAL
Fig 6.25 - Deslocamento de um PelFuzNav da ZReu até a PAss.
6.11.2 - Fase da execução
A fase da execução começa quando o GC é forçado a abrir fogo sobre o inimigo de
forma a poder avançar ou quando os primeiros elementos do escalão de assalto
cruzam a LP.
a) Movimento da LP até a PAss
Quando o CmtGC verifica que atingiu um ponto onde sua fração não pode mais
avançar sem sofrer a ação do fogo direto do inimigo, ele determina que uma ou
duas ET abram fogo sobre as posições inimigas enquanto o restante do GC
avança sobre a proteção desses fogos de cobertura. A manobra empregada em
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-57 - ORIGINAL
cada situação particular é decidida pelo CmtGC com base em um rápido exame
da situação. Quando a posição inimiga é isolada ou apresenta qualquer dos
flancos exposto, o CmtGC procura manobrar através de um itinerário coberto e
abrigado, de forma a poder abordá-la pelo flanco ou retaguarda. Quando isto não
é possível, é necessária atacá-la frontalmente, executando a técnica do fogo e
movimento.
I) LP
É uma medida de coordenação destinada a coordenar o início do movimento
do escalão de assalto, fazendo com que todos os seus elementos a
transponham no momento determinado, obtendo-se simultaneidade das ações
em toda a frente. Deve ser, de um modo geral, perpendicular à direção de
ataque, facilmente reconhecível no terreno e o mais próximo do objetivo
quanto possível. Deve, contudo, estar sob o controle de forças amigas e
protegida contra os fogos das armas de tiro tenso do inimigo, o que a coloca,
normalmente, afastada de
Cabe ao CmtGC coordenar e controlar seus subordinados para que todos
transponham a LP no momento determinado pelo CmtPelFuzNav.
II) Manobra
É o processo por meio do qual elementos de uma unidade estabelecem uma
base de fogos para engajar o inimigo, enquanto um outro elemento desloca-se
para uma posição vantajosa da qual é possível lançar-se sobre o inimigo para
destrui-lo ou capturá-lo. O elemento de assalto deve ser apoiado, também,
pelos fogos das armas não orgânicas àquela unidade (artilharia, aviação, etc.),
os quais devem ser precisamente coordenados com o avanço desse elemento
para não se perder o efeito de choque que eles causam ao inimigo.
III) Fogo e movimento
Quando os elementos de assalto de uma unidade encontram oposição inimiga
e não conseguem mais progredir sob a cobertura da base de fogos da unidade,
eles empregam o fogo e movimento para continuar avançando até uma
posição de onde possam assaltar a posição inimiga. No caso do GC, o fogo e
movimento consiste de indivíduos ou ET provendo a cobertura com o fogo de
suas armas, enquanto outros indivíduos ou ET avançam em direção ao
inimigo ou executam o assalto.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-58 - ORIGINAL
IV) Emprego do GC
O GC é normalmente empregado na execução do ataque como parte do
PelFuzNav. Desse modo, caberá ao CmtGC coordenar o fogo e movimento
no âmbito de sua fração. Entretanto, em situações especiais, poderá o GC ter
que manobrar, como, por exemplo, quando atuando como Ponta de
Vanguarda ou Flancoguarda na MCmb tiver que engajar o inimigo. A ET,
como unidade básica de tiro, só pode executar o fogo e movimento com os
seus integrantes.
V) Elemento em base de fogos
Cobre o avanço do elemento que se desloca em direção ao inimigo, engajando
todos os alvos conhecidos ou suspeitos. Ao abrir fogo, a base de fogos
procura obter superioridade sobre o inimigo, submetendo-o a fogos de
precisão e volume tais que os fogos inimigos cessam ou se tornam ineficazes.
O GC poderá constituir ou integrar o elemento em base de fogos.
VI) Elemento de assalto
Sua tarefa é entrar em combate aproximado com o inimigo e destrui-lo ou
capturá-lo. Ele avança e assalta a posição inimiga sob a cobertura dos fogos
de um elemento em base de fogos. O elemento de assalto se aproveita de toda
a cobertura e abrigo que o terreno puder lhe proporcionar, a fim de facilitar
seu avanço. Dependendo da eficácia da base de fogos, o elemento de assalto
pode avançar como um todo em um só lance ou realizando o fogo e
movimento com suas frações subordinadas, no qual são empregadas as
técnicas de deslocamento em zigue-zague, rastejamento ou engatinhamento,
como necessário. Se o terreno permitir, o elemento de assalto deverá envidar
todo esforço para se aproximar coberto e abrigado até posições dentro do
alcance das granadas de mão do inimigo.
VII) Controle do GC
Os CmtET iniciam a ação dirigidos pelo CmtGC. No ataque, os CmtET
atuam sobretudo pela liderança pessoal, controlando o tiro de suas frações
pelo exemplo. Durante todo o ataque eles exercem o controle direto de seus
subordinados, garantindo o cumprimento das tarefas como determinado.
O CmtGC posiciona-se onde melhor possa controlar e influenciar a ação. No
exercício do controle de sua fração, quando sob o fogo inimigo, ele deve levar
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-59 - ORIGINAL
em consideração o fato que o campo de batalha é um lugar muito barulhento e
confuso. Se o fogo inimigo é leve, ele será capaz de controlar suas ET a viva
voz, por apito ou por gestos. Quando o volume dos fogos aumenta, este tipo
de controle torna-se impossível. Neste caso, o CmtGC precisa confiar na
habilidade e iniciativa dos seus CmtET para cumprir as instruções
distribuídas com antecedência. Para manter o controle do seu GC sob pesados
fogos inimigos, ele deve se posicionar próximo da ET designada como base,
de tal sorte que, orientando as ações dessa ET, possa manter o controle do
GC. Para que isto seja eficaz em combate, é preciso que o CmtGC pratique e
aperfeiçoe esse procedimento constantemente no adestramento.
A ET base é usada pelo CmtGC para controlar a direção, o posicionamento e
a velocidade de deslocamento de todo o grupo. Tal procedimento não implica
que as demais ET mantenham posições rígidas em relação a ET base, a qual
serve apenas como um guia geral. Se uma outra ET consegue avançar mais
rapidamente que a ET base, ela deve passar imediatamente a exercer essa
função. No caso da ET base ser detida pelos fogos inimigos, porém o terreno
em frente a outra ET proporcionar cobertura contra esses fogos, esta última
ET avança rapidamente para uma posição de onde possa desencadear seus
fogos sobre o inimigo. Ao cobrir o movimento da ET base com seus fogos, a
pressão sobre essa diminui e o avanço pode ser retomado. Uma vez a ET base
tenha conseguido reassumir sua posição no dispositivo, as demais ET podem,
então, reiniciar o fogo e movimento.
VIII) Conduta no ataque
Uma vez obtida a superioridade de fogos, o GC continua o seu avanço. Essa
superioridade é mantida durante todo o ataque de maneira a garantir o sucesso
de qualquer manobra. Antes de iniciar o avanço de qualquer fração
subordinada, o CmtGC precisa assegurar-se que estão sendo desencadeados
fogos suficientes sobre a posição inimiga para fazer com que os fogos
inimigos em resposta sejam ineficazes.
O GC é capaz de executar um ataque abordando a posição inimiga pelo
flanco, ou imediatamente a sua retaguarda, ou frontalmente.
No ataque frontal, o GC exerce pressão contra a parcela da frente do
dispositivo inimigo que lhe cabe e o expulsa do objetivo.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-60 - ORIGINAL
O GC que manobra contra o flanco do inimigo, em geral constitui ou integra a
parcela do PelFuzNav que executa o ataque principal (AtqPcp), o qual estará
sendo apoiado por um ataque secundário (AtqScd) conduzido por um outro
GC que atua como base de fogos.
O GC no AtqPcp desloca-se em direção ao flanco do inimigo até atingir uma
posição de onde possa desencadear o assalto. Ele procura tirar vantagem das
cobertas e abrigos disponíveis, sem permitir que o inimigo observe seus
movimentos até que o assalto se inicie.
Quando o assalto se inicia, o GC no AtqScd transfere seus fogos para outra
parte da posição inimiga ou cessa inteiramente seus fogos. Se a observação
permitir, é desejável manter este GC em base de fogos apoiando o assalto do
AtqPcp através do objetivo.
O ataque pelo flanco divide os fogos defensivos do inimigo; parte concentrase
sobre a base de fogos (AtqScd) e parte sobre a(s) peça(s) de manobra que
executa(m) o assalto (AtqPcp). Permite, também, que este ataque se
desenvolva por terreno por ele próprio escolhido.
Quando não há possibilidade de manobrar por qualquer dos flancos da
posição inimiga, o GC no AtqPcp terá que abordá-la frontalmente. O CmtGC
determina que uma ET avance sob a cobertura do resto do GC. Esta ET
avança tão rápido quanto possível, até uma posição de tiro favorável,
aproveitando-se das cobertas e abrigos disponíveis; ao alcançar essa nova
posição, abre fogo e protege o avanço do resto do GC que até então se
encontrava em base de fogos. Esse processo continua até o GC atingir a PAss.
O CmtGC desloca-se de uma posição para outra de onde melhor possa
exercer o controle efetivo de suas ET. O ataque frontal é a forma de manobra
mais freqüentemente usada pelo GC. Exige menos tempo de planejamento e
coordenação, além de ser de mais fácil execução que a manobra pelo flanco.
Entretanto, o ataque é dirigido contra a parte mais forte do dispositivo
inimigo, inclusive onde seus fogos estão amarrados, sendo muito pequena a
chance de se obter surpresa.
IX) Métodos de avanço
Quando um GC executa um ataque, quer pelo flanco, quer frontalmente, ele
pode se utilizar de três métodos de avanço. O GC pode se mover a uma,
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efetuando uma série de lanços de GC; por ET, as quais avançam
alternadamente também por lanços; ou por lanços individuais dos seus
integrantes, os quais se deslocam independentemente. O volume dos fogos
inimigos determinará o método a ser empregado. Em qualquer dos três
métodos, a rapidez na execução é extremamente necessária para o sucesso do
ataque.
b) Movimento da PAss até a conquista do Objetivo
A principal finalidade do avanço por meio do fogo e movimento é colocar parte ou
todo o elemento de assalto em posição para assaltar a posição inimiga. A posição da
qual o assalto final é lançado chama-se posição de assalto (PAss). Quando o ataque
aproxima-se do inimigo, os fogos de cobertura das armas de tiro direto e indireto
aumentam de intensidade. Para não causar baixas entre as tropas amigas, esse fogos
de apoio cessam ou são transferidos para os flancos ou retaguarda do inimigo
imediatamente antes do início do assalto ao objetivo. A PAss, portanto, é uma
medida de coordenação inicial do assalto.
I) PAss
É estabelecida tentativamente durante o planejamento e o reconhecimento do
CmtGC. Ela deve estar localizada tão próximo do objetivo que o AtqPcp possa
alcançá-la pelo fogo e movimento sem mascarar ou sofrer baixas causadas pelos
fogos diretos (base de fogos do AtqScd) ou indiretos (artilharia e morteiros). A
PAss deve ser facilmente identificada no terreno e, preferencialmente, oferecer
cobertas e abrigos para o AtqPcp.
Nesta posição são realizados os acertos finais de última hora para garantir um
mínimo de coordenação durante o assalto. Nela não deve ser gasto mais tempo
do que o mínimo necessário, de maneira a impedir que o inimigo acabe por deter
com seus fogos de proteção final o elemento de assalto.
Quando o GC alcança a PAss, o seu comandante, os CmtET e os demais
integrantes do grupo devem concluir rapidamente os preparativos finais do
assalto. Os comandantes de fração dão as instruções finais aos seus
subordinados. Todos os integrantes do GC armados com o Fuzil de Assalto
5,56mm, incluindo os CmtET, substituem o carregador por um novo,
completamente municiado. Os CmtET, Volteadores e Municiadores armam suas
baionetas; os CmtET carregam os Lança-Granadas 40mm M203 com a munição
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-62 - ORIGINAL
determinada pelo CmtGC. Os Atiradores asseguram-se que suas armas estejam
com munição suficiente para o assalto. Se estiver sendo utilizado o cofre de
assalto, uma rápida verificação da munição ainda disponível deve ser feita nesta
posição. Caso a munição disponível seja inferior a trinta cartuchos, a arma deve
ser remuniciada com um novo cofre ou carregador. O importante é não consumir
toda a munição durante o assalto. Todos os integrantes do GC devem assegurarse
que as suas granadas de mão estão facilmente acessíveis caso elas precisem
ser usadas durante o assalto que vira a seguir.
A quantidade de tempo gasto na PAss deve ser a mínima indispensável, de
forma a negar ao inimigo a oportunidade de ajustar seus fogos sobre as tropas de
assalto, detendo o movimento do ataque
PAss deve, na medida do possível, oferecer cobertas e abrigos para a força
atacante. Contudo, o que é considerado coberta e abrigo para essa força é
considerado ângulo morto para o defensor, estando normalmente coberto por
fogos indiretos pré-ajustados de morteiros e artilharia. Logo, o inimigo pode
concentrar fogos sobre a tropa que executa o assalto, causando baixas,
paralizando o ataque e detendo seus integrantes nessa posição.
A PAss é usada também como medida de coordenação para cessar ou transferir
os fogos de apoio ao elemento de assalto. Por essa razão, a distância dessa
posição ao objetivo varia com o terreno e os tipos de armas de apoio
empregadas.
II) Execução do assalto
O assalto deve ser lançado em estreita coordenação com a cobertura dos fogos
de apoio, iniciando-se quando os primeiros elementos de assalto tenham se
aproximado tanto quanto possível do inimigo sem interferir com essa cobertura.
O assalto é iniciado por ordem ou ao sinal do CmtPelFuzNav ou, ainda, por
iniciativa do CmtGC ou CmtET. As armas de apoio cobrem o assalto por meio
dos fogos executados sobre posições inimigas adjacentes ou dispostas em
profundidade. O assalto é desencadeado agressiva, vigorosa e imediatamente
após a transferência ou cessação dos fogos de cobertura sobre o objetivo. O GC
avança, então, rápida e agressivamente, a partir da PAss, desdobrado em linha e
as ET em linha de atiradores, usando a técnica de tiro de assalto. Os seguintes
aspectos ressaltam de importância na execução do assalto:
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OSTENSIVO - 6-63 - ORIGINAL
- Tiro de assalto
É aquele desencadeado pelas tropas assaltantes de forma a manter o inimigo no
interior dos seus abrigos sem poder atirar, uma vez que fogos de cobertura são
suspensos imediatamente antes do início do assalto.
O tiro de assalto permite que o GC que executa o assalto cerre sobre a posição
inimiga, dentro do alcance das granadas de mãos, sem sofrer pesadas baixas
causadas pelos tiros das armas portáteis do inimigo. O assalto é executado tão
rapidamente quanto possível, de acordo com a habilidade dos combatentes que
o realizam para desencadear um grande número de tiros com boa precisão. A
velocidade do assalto será função da declividade e das condições do terreno, da
visibilidade e das condições físicas dos integrantes do GC. Durante todo o
assalto, o tiro é dirigido contra cada arbusto, tronco de árvore, buraco, dobra do
terreno ou qualquer outro local que se possa imaginar como possível de
esconder ou proteger um combatente inimigo. O tiro de assalto se caracteriza
pela violência, volume e precisão com que é executado. Ele tem por finalidade
abater ou desmoralizar o inimigo e mantê-lo abaixado até que o elemento de
assalto consiga transpor inteiramente a posição, destruindo-a ou capturando-a;
- Descentralização do controle
Se o GC que executa o assalto depara-se com uma fraca oposição inimiga,
pode ser possível ao CmtGC reter o controle de sua fração, mantendo a
formação em linha enquanto realiza a limpeza do objetivo. Todavia, quando a
oposição inimiga é forte, não é possível manter as ET em linha de atiradores.
Quando executando o assalto sobre uma posição inimiga organizada em
profundidade, com várias linhas de trincheiras sucessivas, o GC precisará
atacar e destruir, contornar ou fixar cada posição inimiga no interior da parcela
da zona de ação (ZAç) que lhe for designada. No assalto a uma posição
organizada, o ataque do GC é freqüentemente dividido em uma série de
combates separados, os quais se sucedem por toda a profundidade da posição
inimiga. O controle do GC nestas condições é muito difícil. A importância
atribuída às decisões rápidas, à iniciativa individual e à velocidade de execução
do ataque, que permitem tirar vantagem das oportunidades surgidas em cada
local, faz com que o controle seja descentralizado durante a execução do
assalto através da posição. Nessa condições, o CmtGC precisa, mais uma vez,
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-64 - ORIGINAL
confiar na habilidade e iniciativa dos seus CmtET e de cada combatente
subordinado para cumprir a tarefa determinada. Cada CmtET e cada
combatente deve ter a iniciativa de empregar suas armas, granadas e outros
meios disponíveis na totalidade de suas possibilidades, obter a máxima
vantagem proporcionada pelas cobertas e abrigos, bem como utilizar lances
curtos e freqüentes (rastejando ou engatinhando quando necessário) para cerrar
sobre as posições inimigas. A primeira ET que conquistar uma posição
vantajosa no interior do dispositivo defensivo inimigo, apoiará o resto do GC
na conquista da posição;
- Fraca oposição inimiga
Como já mencionado, frente a uma fraca oposição inimiga é possível ao
CmtGC reter o controle, mantendo a formação em linha, e deslocar-se
rapidamente através do objetivo. Essas vantagens devem ser comparadas com o
perigo potencial do GC ser iludido. Existe a possibilidade do inimigo resistir
até que o GC inicie o seu assalto e então retirar-se da posição. Como o GC
precisa fazer a limpeza desde a orla anterior do objetivo até um ponto onde a
base de fogos é por ele mascarada, o inimigo pode desencadear um pesado
volume de fogos sobre ele, detê-lo e, então, contra-atacá-lo. O CmtGC,
portanto, precisa considerar esse risco quando da decisão se mantém ou não a
formação em linha durante o assalto;
- Contra-ataque inimigo
A principal preocupação do CmtGC que executa o assalto após o inimigo ter
sido expulso do objetivo, é manter o seu controle. Se o inimigo alocar tropas
para defender o objetivo em uma primeira linha, é razoável considerar que
também alocará tropa para continuar a tentar defender
afirmar que a questão não é se o inimigo irá ou não contra-atacar, mas sim
quando contra-atacará. Na tentativa de determinar quando o contra-ataque
inimigo terá lugar, é preciso estar ciente que o inimigo sabe que suas chances
de sucesso são maiores se ele contra-atacar rapidamente, antes que haja tempo
para o atacante concentrar meios para manter o terreno conquistado.
Para o rápido lançamento do seu contra-ataque, ele também precisa saber que
as forças agora mantendo o objetivo estarão um tanto desorganizadas e sob o
impacto das perdas durante o ataque. Contra-atacando rapidamente, o inimigo
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-65 - ORIGINAL
não dará tempo aos elementos que agora mantêm o objetivo para carrear tropas
que ainda não tenham entrado em combate para dentro desse objetivo. Se o
inimigo atua rapidamente, com tudo isso considerado, suas chances de retomar
o terreno perdido com uma força relativamente pequena são melhores do que
aquelas que ele teria se aguardasse para reunir uma força de contra-ataque
maior. Qualquer combatente prudente deve esperar um contra-ataque inimigo
antes mesmo que as últimas posições inimigas no interior do objetivo tenham
sido neutralizadas. Portanto, os preparativos para repelir o contra-ataque devem
começar imediatamente após a conquista de qualquer posição inimiga;
- Consolidação
É a organização de uma defesa imediata de maneira a permitir que a tropa
atacante mantenha o objetivo tão logo conquistado, no caso de um contraataque
inimigo.
Quando do recebimento da ordem de ataque, o CmtGC toma conhecimento da
tarefa relacionada com a conquista e manutenção do objetivo ou de um setor
dele. Na consolidação, a tarefa é edificar poder de combate suficiente no
interior da posição para defender o setor. No posicionamento das ET para a
defesa imediata, não haverá tempo suficiente para preparar abrigos individuais.
O GC deve se aproveitar das depressões naturais do terreno, crateras ou abrigos
construídos pelo inimigo, caso disponíveis, e prepará-los para prover a
cobertura mínima apropriada. Isto é importante, uma vez que é esperado que o
inimigo empregue artilharia, morteiros e metralhadoras para apoiar o seu
contra-ataque. Setores de tiro para as ET são designados rapidamente e, em
seguida, são estabelecidas as DPT das respectivas armas automáticas. Cada
CmtET deve assegurar-se que o seu setor de tiro interliga-se com o das ET
vizinhas. Durante a consolidação, deve-se dispor do tempo suficiente para
redistribuir a munição no âmbito das ET, cuja prioridade é para o Atirador. O
atendimento e a evacuação das baixas é a segunda prioridade na preparação da
defesa imediata. Os inimigos capturados devem ser desarmados, revistados e
guardados. Caso o CmtGC ou um CmtET venha a se tornar baixar, o mais
antigo que se segue deve assumir rapidamente o controle e cumprir as tarefas
necessárias.
Durante a consolidação, a principal tarefa é o estabelecimento da defesa
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-66 - ORIGINAL
imediata e não o recompletamento do GC; e
- Reorganização
Uma vez o contra-ataque tenha sido derrotado ou afastado o perigo de sua
realização, tem início a reorganização da tropa atacante. Ela é um processo
contínuo, mas é dada especial ênfase à manutenção do objetivo.
Compete ao CmtGC as seguintes tarefas:
- redistribuir o pessoal do GC para atender à necessidade de substituição dos
CmtET e Atiradores que tenham se tornado baixa;
- redistribuir a munição, carregadores e granadas;
- remover as baixas para o refugio de feridos (RfgFer) da CiaFuzNav;
- participar ao CmtPelFuzNav a situação, o posicionamento de suas ET, as
baixas ocorridas e os níveis de munição;
- passar ao controle do CmtPelFuzNav os prisioneiros inimigos. Os
prisioneiros e os mortos inimigos são revistados para a busca de armas,
documentos e identificação. Tais coisas são enviadas imediatamente para o
CmtPelFuzNav; e
- verificar a situação das frações vizinhas nos seus flancos.
6.11.3 - Fase da continuação
A continuação ocorre após um assalto bem sucedido e a conquista do objetivo. Ela
se inicia imediatamente após ou em conjugação com a consolidação e
reorganização. Ela é a continuação do ataque visando a destruição da capacidade
inimiga de retrair ordenadamente ou organizar uma nova defesa. A perseguição
pelo fogo e/ou a continuação do ataque propriamente dita são os métodos
empregados para aproveitar o êxito.
a) Perseguição pelo fogo
Após a conquista do objetivo, as ET atiram sobre as forças inimigas que retraem
até que elas não estejam mais visíveis ou se afastem além do alcance útil das
armas.
b) Continuação do ataque
O propósito da continuação de um ataque é manter a pressão sobre o inimigo
que retrai e destruir o seu poder de combate. Quando determinado, as ET
continuam o ataque. O CmtGC repete, então, todos os passos das normas de
comando realizados para o ataque antecedente. Freqüentemente, a urgência
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-67 - ORIGINAL
determinada pelo escalão superior para aproveitar o momento favorável, requer
que esses passos sejam executados rapidamente para que o ataque possa
continuar com o mínimo de retardo.
6.12 - COMBATE DEFENSIVO
O propósito da ação defensiva é manter ou controlar o terreno, ganhar tempo, aguardar
condições mais favoráveis para uma ação ofensiva, ou economizar meios para permitir
a concentração de forças em outra parte da frente.
6.12.1 - Tarefas
A tarefa da infantaria na defensiva é, com o apoio de outras armas, barrar o inimigo
pelo fogo assim que ele se aproxime da posição defensiva (PD), repelir o seu
assalto pelo combate aproximado, caso consiga abordar a posição, e destrui-lo pelo
contra-ataque se lograr penetrar na PD. Para o GC, a defensiva é dividida em três
partes:
- destruir o inimigo pelo fogo assim que ele atingir o alcance útil das armas
dispostas no interior da sua posição de tiro. O inimigo deve ser batido por fogos
tão longe quanto possível da área de defesa avançada (ADA). Permitir a
aproximação do inimigo da posição de tiro do GC causará um número maior de
baixas entre as tropas amigas;
- caso o inimigo continue a avançar até o ponto de onde ele possa lançar o assalto, o
GC repele esta ação pelo desencadeamento dos tiros que lhe cabe na execução dos
fogos da proteção final da unidade e, se necessário, pelo combate corpo-a-corpo; e
- se o inimigo lograr penetrar em alguma parte do núcleo defensivo do pelotão, o
GC mantém suas posições, atirando sobre o inimigo no interior da penetração,
com vistas a deter seu avanço, e/ou participa de contra-ataque para destruí-lo e
restabelecer a PD.
6.12.2 - Definições
a) Setor de tiro
É uma área que precisa ser coberta pelo fogo da arma de um indivíduo, de uma
unidade de tiro (GC ou ET) ou de uma arma de emprego coletivo. Ele é
delimitado lateralmente, a partir da posição da arma ou unidade de tiro, e se
estende para frente até o limite do alcance útil dos tiros.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-68 – ORIGINAL
Fig 6.26 - Setor de tiro
No âmbito do PelFuzNav são designados setores de tiro para os GC, ET e armas
individuais. Aos CmtGC não são atribuídos, normalmente, setores de tiro, haja
vista que a principal tarefa desses elementos durante a execução da defesa é
dirigir e controlar os fogos de suas frações.
O setor de tiro é empregado para indicar claramente a área a ser coberta pelos
tiros de determinada arma ou unidade de tiro, bem como proporcionar a melhor
distribuição do poder de fogo disponível e garantir a cobertura completa de toda
a frente. Ele é empregado também para assegurar o apoio mútuo pela
sobreposição de setores de tiro adjacentes. Assim, aos PelFuzNav são atribuídos
núcleos defensivos, os quais são defendidos pela sobreposição dos setores de tiro
dos GC. O setor de tiro do GC, por sua vez, é coberto pela sobreposição dos
setores de tiro das ET.
Acidentes do terreno facilmente identificáveis são escolhidos para indicar uma
linha de visada ao longo de cada lado do setor de tiro, as quais são seus limites
laterais. Estes acidentes do terreno devem estar localizados nas proximidades do
limite avançado do setor para que todos os integrantes da ET designada para
batê-lo usem os mesmos acidentes delimitadores.
O limite avançado é estabelecido na distância a partir da qual a arma abrirá fogo.
Para os Fuzis de Assalto 5,56mm e arma automática da ET (MINIMI), ele pode
estender-se até os seus alcances úteis. Quando possível, um acidente notável do
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-69 - ORIGINAL
terreno (curso d’água, trilha, cerca, orla de uma mata, etc.) é indicado para
materializar o limite avançado. Assim que o atacante cruzar este limite, será
submetido ao fogo das armas designadas para bater aquele setor. Este limite
permite ao CmtGC dispor de um recurso eficiente para controlar o início dos tiro
das armas portáteis.
b) Posição de tiro
É uma posição no terreno da qual são executados os fogos das armas de um
indivíduo, de uma unidade de tiro (ET ou GC) ou de uma arma de emprego
coletivo.
Antes de se selecionar uma posição de tiro, o setor de tiro que lhe será atribuído
deve ser cuidadosamente examinado de várias posições no terreno, usando a
posição deitada, de forma a assegurar a efetiva cobertura do setor de tiro. A
exata localização da posição de tiro é designada no terreno antes de se iniciar a
preparação da posição.
I) Posição principal de tiro
É a melhor posição disponível, da qual o setor de tiro determinado pode ser
inteiramente coberto. São atribuídas posições principais de tiro para as
guarnições das armas de emprego coletivo, GC, ET e para os combatentes
individualmente.
II) Posição de tiro alternativa
Não são designadas, normalmente, posições de tiro alternativas para os
combatentes individualmente ou para as frações integrantes do PelFuzNav.
Elas são usadas principalmente para as armas de emprego coletivo. Uma
posição alternativa ou de muda é escolhida no terreno para que aquelas
armas possam continuar a cumprir sua tarefa original quando a posição
principal se torna insustentável ou imprópria para cumprir aquela tarefa.
III) Posição de tiro suplementar
Uma das maiores ameaças para o atacante ou defensor é ser surpreendido. O
atacante tenta surpreender o defensor pela ocultação dos seus movimentos até
o momento do assalto. O defensor também tenta surpreender o atacante pela
ocultação da exata localização e extensão do seu dispositivo, levando, dessa
forma, o seu opositor a um falso exame da situação e, conseqüentemente, a
uma decisão errada.
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Posições suplementares são preparadas para se precaver contra um ataque de
direção diferente daquela principal por onde se espera o desembocar do
ataque. Uma posição suplementar é uma posição secundária e não cobre o
mesmo setor de tiro da posição principal. Em algumas situações, a mais
provável via de acesso (VA) pode variar do período diurno para o período
noturno ou outros de baixa visibilidade. Assim, os requisitos a serem
estabelecidos para mudança de posição tornam-se uma necessidade
indispensável. Posições suplementares, atualmente, proporcionam sobretudo
segurança.
Os deslocamentos para as posições suplementares devem ser realizados por
itinerários cobertos e abrigados, quando disponíveis.
c) Núcleo de defesa
É a posição na qual o principal esforço de defesa é concentrado. Um núcleo de
defesa pode ser designado para batalhões, companhias e pelotões. Ele é
constituído de uma série de setores de tiro que se apóiam uns aos outros.
Os núcleos de defesa de pelotão são designados por meio de limites laterais,
demarcando a área na qual o fogo das armas pode ser executado. Os limites
devem ser designados por acidentes do terreno facilmente identificáveis e se
estenderem até ou além do limite do alcance útil das armas portáteis.
Fig 6.27 - Núcleo de defesa de pelotão
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-71 - ORIGINAL
d) Limite Avançado da Área de Defesa Avançada (LAADA)
É o limite proeminente de uma série de núcleos defensivos nos quais as unidades
de combate terrestre são desdobradas defensivamente. O LAADA é uma medida
de coordenação que separa a Área de Segurança (ASeg) da PD, esta última
dividida ADA e Área de Reserva (ARes).
O LAADA não precisa estar fisicamente ocupado, mas deve ser controlado pelos
fogos da tropa na ADA.
e) PD
A área de uma PD se estende desde o LAADA até a retaguarda dos núcleos
defensivos na ARes. É nesta área que o combate defensivo decisivo é travado.
A ADA é organizada em setores de defesa que são atribuídos às unidades
subordinadas. À uma CiaFuzNav pode ser atribuído um setor a defender ou ser
ela própria, excepcionalmente, responsável pela ocupação de uma PD.
f) ASeg
É localizada à frente do LAADA. O GC pode ser designado para integrar uma
força de segurança ou pode ser responsável apenas pela segurança local na frente
de um pelotão ocupando um núcleo na PD.
g) Direção Principal de Tiro (DPT)
É uma direção específica, dentro do setor de tiro, determinada para as armas de
tiro de trajetória tensa, para qual é orientada a missão principal de tiro. No GC, a
DPT é determinada para as armas automáticas. As unidades não recebem uma
DPT. Os combatentes podem receber uma DPT para os períodos de visibilidade
reduzida. Aos comandantes de GC e ET não são determinadas DPT, nem
tampouco pode ser atribuída mais de uma DPT para as armas automáticas das
ET.
A DPT é indicada pela designação de um acidente do terreno facilmente
identificável. Este ponto pode ser um alvo ou apenas uma linha de visada
quando não houver nenhum alvo levantado. Os limites do alvo devem ser
assinalados no terreno quando é necessário distribuir os fogos ao longo da frente
determinada pela DPT.
Uma estaca próxima da posição de tiro é usada para indicar a DPT durante os
períodos de visibilidade reduzida.
A DPT é empregada para:
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- cobrir uma lacuna na linha de proteção final de uma metralhadora;
- cobrir um acidente específico do terreno que põe em risco o núcleo de defesa
da companhia ou pelotão, tal como uma passagem estreita entre elevações, a
qual pode servir como VA; o cume de uma elevação, no qual pode ser
instalado um posto de observação (PO); etc.;
- proteger a guarnição de uma arma de emprego coletivo pelo cruzamento de
fogos a sua frente; e
- aumentar a largura da faixa dos fogos de flanqueamento desencadeados
imediatamente à frente do LAADA, quando alvos de oportunidade em frente a
posição não estão visíveis.
6.12.3 - Tarefas do GC na defensiva
A um GC pode ser atribuída uma das seguintes tarefas na defensiva:
a) Defender no LAADA
O GC pode participar da defesa como parte de um PelFuzNav desdobrado no
LAADA. Na execução dessa tarefa, cabe ao GC barrar o inimigo pelo
desencadeamento de fogos à frente do setor defensivo do pelotão e repelir o seu
assalto pelo combate aproximado caso ele consiga abordar a posição.
Nessa situação, será atribuído ao GC um setor de tiro e uma posição de tiro.
O GC mantém sua posição no LAADA e só retrai ou ocupa outra posição
mediante ordem do escalão superior.
b) O GC como parte da reserva
O GC pode ser parte do PelFuzNav reserva e nessa situação lhe é atribuída,
normalmente, uma posição de tiro à retaguarda dos pelotões desdobrados no
LAADA, cabendo-lhe apoiar esses pelotões pelo fogo.
A posição de tiro e o setor de tiro são estabelecidos com vistas a concentrar
fogos na retaguarda, nos flancos ou para cobrir o intervalo entre os pelotões no
LAADA.
Ao GC de um PelFuzNav reserva também pode ser atribuída uma posição de tiro
e um setor de tiro para limitar uma penetração inimiga no núcleo de defesa do
pelotão.
Um GC integrante de um PelFuzNav da CiaFuzNav reserva pode participar de
contra-ataques para expulsar o inimigo que lograr penetrar na ADA.
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c) O GC como elemento de segurança
Durante a execução da defesa, o GC pode ser parte de um elemento de segurança
atuando à frente do LAADA.
Cabe ao GC, como parte do elemento de segurança, obter informações sobre o
inimigo e, de acordo com as suas possibilidades, despistá-lo, retardá-lo e
desorganizar o seu avanço.
6.12.4 - A ET na defensiva
a) Organização do terreno
O CmtGC organiza a defesa pela especificação de um setor de tiro e uma DPT
para a arma automática de cada ET. Ele seleciona no terreno acidentes
facilmente identificáveis para indicar os limites laterais e avançado do setor de
tiro, e determina a localização aproximada no terreno para a posição de tiro a ser
ocupada por cada ET.
Fig 6.28 - Setor de tiro de ET
b) Plano de fogos
O CmtET formula um plano de fogos para sua ET com vistas a bater o setor
determinado pelo CmtGC com o mais intenso volume de fogos possível.
Este plano de fogos inclui a designação de setores e posições de tiro individuais,
posição de tiro e DPT para a arma automática da ET, como determinado pelo
CmtGC, e a própria posição de tiro do CmtET.
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Fig 6.29 - Plano de fogos da ET
I) Setor de tiro individual
A ET, como já mencionado, é a unidade básica de tiro do PelFuzNav e,
quando praticável, cada setor de tiro individual cobre todo o setor de tiro da
ET, podendo, inclusive, serem usados os mesmo acidentes do terreno para
indicar os limites.
Na defensiva é impraticável para cada Atirador cobrir todo o setor de tiro do
GC. Por isso só lhe é determinado cobrir o setor de tiro da ET.
Ao CmtET é atribuído um setor de tiro individual para o emprego do Lança-
Granadas 40mm M203, o qual deve cobrir todo o setor de tiro da ET.
Convém lembrar mais uma vez, que o CmtET normalmente não atira com o
fuzil, a não ser em caso de emergência, uma vez que a sua tarefa principal
durante a execução da defesa é controlar e dirigir os fogos de sua ET,
particularmente da arma automática.
II) Posição de tiro individual
O CmtET determina as posições de tiro individuais, as quais devem permitir à
ET bater todo o setor que lhe foi atribuído.
As posições podem ser preparadas com abrigos individuais ou duplos. A
distância entre esses abrigos, dentro da posição da ET, pode variar de
metros. Em terreno fechado, apenas os abrigos individuais são usualmente
preparados.
No caso de se empregar abrigos duplos, o Atirador e o Municiador ocuparão
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juntos um desses abrigos.
III) Atirador
Uma vez que as armas automáticas das ET são a espinha dorsal da defesa do
GC, cabe ao próprio Cmt GC selecionar a exata posição dessas armas no
terreno. O restante da ET se posiciona em torno dela. Além disso, caberá ao
CmtGC determinar também a DPT para cada uma delas. Sob certa condições,
a posição de cada arma automática de ET pode ter que ser selecionada pelo
próprio Cmtdo PelFuzNav.
IV) Volteador
É posicionado de forma que ele possa cobrir, se possível, todo o setor de tiro
da ET. Sua posição, no entanto, deve proporcionar apoio e proteção para o
Atirador.
V) Municiador
Normalmente participa da defesa de forma semelhante ao Volteador. Ele é
posicionado, todavia, próximo ou junto ao Atirador, uma vez que ele é o
integrante da ET preparado para substitui-lo e assumir suas tarefas.
VI) Posição do CmtET
Em geral, a posição do CmtET é no centro do dispositivo dessa fração. Essa
posição deve permitir que o CmtET:
- observe toda a ET e seu setor de tiro;
- dirija os tiros da arma automática;
- empregue eficientemente o lançador de granadas; e
- observe o CmtGC, se possível.
VII) Emprego do Lança-Granadas 40mm M203
Na designação dos setores de tiro para emprego do Lança-Granadas 40mm
M203, o CmtET deve considerar o plano de fogo global. Especificamente, ele
deve considerar o setor de tiro atribuído ao Atirador e a necessidade de prover
apoio à esse integrante da ET e às frações adjacentes. O CmtET posiciona-se,
então, onde possa melhor controlar sua ET e disparar com eficiência o seu M-
203. Esta posição é normalmente no centro da posição de tiro da ET.
À medida que o inimigo se aproxima do núcleo de defesa do PelFuzNav na
ADA, ele é submetido a um volume sempre crescente de fogos das armas aí
posicionadas e das demais armas de apoio. A não ser que haja restrições, o
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OSTENSIVO - 6-76 - ORIGINAL
CmtET abre fogo com o Lança-Granadas 40mm M203 sobre alvos
compensadores assim que eles entrem no alcance útil dessa arma. Em
algumas situações, o CmtGC ou do PelFuzNav pode querer guardar os fogos
do Lança-Granadas 40mm M203 até que o inimigo tenha atingido uma área
específica. Os fogos de surpresa dessa arma em conjugação com os das
demais armas do GC e do PelFuzNav, terá um efeito devastador sobre o
inimigo, particularmente na fase do assalto do seu ataque.
Quando os fogos de proteção final são desencadeados, o CmtET engaja as
maiores concentrações de tropa de infantaria inimiga que penetrarem no setor
de tiro do seu Lança-Granadas 40mm M203.
O Lança-Granadas 40mm M203 deve ser empregado para bater as prováveis
VA do inimigo para o interior da PD.
VIII) Setor de tiro da ET
Os setores de tiro das ET são selecionados de forma que elas batam todo o
setor de tiro do GC. Os setores de tiro das ET se sobrepõem para prover o
apoio mútuo.
IX) Emboço do plano de fogos
Um croqui do plano de fogos é apresentado pelos CmtET ao CmtGC. Ele
deve incluir os setores de tiro individuais e as respectivas posições principais
de tiro, a DPT da arma automática e a própria posição de tiro do CmtET. As
vezes, irregularidades do terreno podem impedir que um dos integrantes da
ET cubra o setor de tiro da ET por inteiro, tal como o que acontece com o
Municiador da figura a seguir.
Fig 6.30 - Croqui do plano de fogos da ET
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-77 - ORIGINAL
Note-se que na figura a DPT da arma automática está representada em linha
cheia.
A representação do norte magnético provê uma referência que permite
verificar a direção da frente para qual está voltada a ET. Uma linha contorna a
posição de tiro da ET e segue o traçado geral do limite anterior, dos flancos e
retaguarda dessa posição, envolvendo as posições individuais de cada
integrante da ET. O símbolo indicativo do escalão é colocado em um
intervalo na parte posterior dessa linha de contorno. Os números colocados
logo abaixo permitem identificar o elemento que ocupa a posição de tiro; no
caso, a 2a ET do 3o GC.
6.12.5 - O GC na defensiva
a) Organização do terreno
O CmtPelFuzNav organiza seu núcleo de defesa pela especificação de um setor
de tiro e de uma posição principal para o estabelecimento desse núcleo. Ele
seleciona acidentes do terreno para indicar os limites laterais e avançado dos
setores de tiro de seus GC. Ele estabelece, também, no terreno, a localização
geral da posição de tiro a ser ocupada por cada GC, bem como as posições gerais
de tiro e a DPT para algumas armas automáticas específicas, as quais são críticas
para a defesa do pelotão com o um todo. Ele pode designar, ainda, posições
suplementares para os GC, de forma a proteger os flancos ou a retaguarda do seu
núcleo de defesa.
b) Plano de fogos
O CmtGC formula seu plano de fogos tão logo ocupe a posição principal de tiro
e esteja em condições de bater pelo fogo o setor de tiro que lhe foi designado
pelo CmtPelFuzNav.
Este plano inclui a designação dos setores de tiro das ET, a posição de tiro
dessas frações, a DPT para as armas automáticas e a sua própria posição de tiro.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-78 – ORIGINAL
Fig 6.31 - Plano de fogos do GC
c) Posições das ET
O CmtGC distribui suas ET de forma que elas ocupem fisicamente a posição de
tiro designada e estejam em condições de bater o setor de tiro designado para o
GC.
Em geral, as ET são dispostas lado a lado. Elas ficam voltadas para a direção
esperada do ataque, para que sejam capazes de desencadear o maior volume de
fogos possível contra o inimigo à frente do núcleo de defesa do pelotão. As
posições de tiro individuais dos integrantes das ET podem ser dispostas em uma
linha irregular a fim de aproveitar as vantagens oferecidas pelo terreno;
entretanto, é preciso tomar muito cuidado para que não ocorra o mascaramento
dos tiros dos integrantes da ET.
A seleção das posições de tiro das ET precisa ser coordenada com a localização
das armas de emprego coletivo (metralhadoras, MAC, etc.) que irão se
estabelecer no interior da posição do GC, de maneira a prover a proteção
aproximada dessas armas.
d) Armas automáticas do GC
Como visto anteriormente, o CmtPelFuzNav designa a localização geral das
posições de tiro e as DPT de algumas armas automáticas específicas. O CmtGC
determinará a DPT para cada uma das demais armas automáticas e selecionará a
exata posição no terreno de cada uma delas.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-79 - ORIGINAL
e) Posição do CmtGC
Ela é usualmente designada imediatamente à retaguarda das ET, no centro do
dispositivo defensivo da GC. A posição selecionada deve poder:
- observar tanto quanto possível toda a posição de tiro do GC, particularmente as
posições de tiro dos CmtET;
- observar o setor de tiro determinado para o seu GC; e
- manter o contato visual com o seu CmtPelFuzNav.
f) Esboço do plano de fogos
O CmtGC prepara o croqui do plano de fogos
cópia do croqui ao CmtPelFuzNav para sua aprovação e mantém a outra
consigo. O croqui deve incluir as posições e os setores de tiro das ET, as
posições e as DPT das armas automáticas e a posições de tiro do próprio
CmtGC.
Se o GC estiver provendo proteção para uma arma de emprego coletivo não
orgânica, sua posição e missão principal de tiro (linha de proteção final para as
metralhadores e DPT para outras armas de emprego coletivo) devem ser
incluídas no croqui.
Fig 6.32 - Esboço de plano de fogos do GC
6.12.6 - Normas de comando na defensiva
Tão logo receba a ordem de defesa do CmtPelFuzNav, o CmtGC segue os passos
das normas de comando para fazer o melhor uso do tempo, dos equipamentos e do
pessoal. Seguindo esses passos e completando satisfatoriamente seu exame da
situação, ele é capaz de preparar sua ordem de defesa. Esta ordem segue o modelo
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-80 - ORIGINAL
tradicional de diretiva com cinco parágrafos e inclui:
- informações sobre o inimigo, a localização e identificação das frações adjacentes
e a localização das armas de apoio instaladas no interior da posição do GC;
- a missão do GC;
- a posição e o setor de tiro de cada ET e a DPT para cada arma automática;
- a distribuição dos AT-4 pelos integrantes do GC que ocuparão posições de tiro
destinadas a cobrir as VA favoráveis à aproximação dos blindados inimigos;
- organização do terreno, prioridade de trabalho, segurança do GC e qualquer outra
instrução que o CmtGC julgue necessário ;
- os detalhes pertinentes ao apoio de serviços ao combate (ApSvCmb), tais como o
remuniciamento, abastecimento dos suprimentos destinados à preparação das
fortificações de campanha, a localização do refúgio de feridos (RfgFer) da
CiaFuzNav e do posto de saúde (PS) do BtlInfFuzNav;
- sinais pré-estabelecidos, tais como pirotécnicos e sinais sonoros, forma como será
indicado o momento de abertura de fogo ou de execução dos fogos de proteção
final; e
- localização do CmtGC e do CmtPelFuzNav.
6.12.7 - Plano de defesa do GC
Após a divulgação da sua ordem de defesa, o CmtGC posiciona suas ET para cobrir
o setor de tiro determinado. Antes que os detalhes para preparação das posições de
tiro sejam iniciados, o CmtGC verifica o setor de tiro de cada ET e a capacidade de
cada uma delas manter este setor sob observação. Durante essa verificação das
posições de tiro, ele se assegura que os setores estarão convenientemente
sobrepostos e que a densidade de tiro desejada pode ser desencadeada sobre as
prováveis VA do inimigo.
As responsabilidade do CmtGC durante a preparação da posição, incluem;
- em conjugação com os CmtET, inspecionar as posições de tiro de cada integrante
da ET, verificando a capacidade de cada um para bater o setor de tiro da ET;
- selecionar as posições de tiro para os Atiradores, verificando a capacidade de cada
um para bater o setor de tiro;
- designar para cada Atirador uma DPT batendo uma provável VA do inimigo,
assegurando-se que essa DPT encontra-se no setor de tiro designado para a
respectiva ET;
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-81 - ORIGINAL
- coordenar com as guarnições das armas de emprego coletivo localizadas no
interior da posição do GC os procedimentos a serem observados por ambas as
frações;
- supervisionar a preparação dos abrigos e a limpeza dos campos de tiro;
- prover segurança pela designação de sentinelas e PO;
- coordenar todas as medidas de segurança com os GC adjacentes e o CmtPel;
- inspecionar as posições de tiro para assegurar-se que a camuflagem e a cobertura
dos abrigos são satisfatórias;
- supervisionar a preparação das posições suplementares; e
- estabelecer um código de sinais para o controle de tiro.
a) Sinal para abertura de fogo
Normalmente, um limite avançado é estabelecido para designar a distância na
qual as ET podem abrir fogo. No caso dos Fuzis de Assalto 5,56mm e armas
automáticas (MINIMI), este limite pode se estender tão para frente quanto o
alcance máximo dessas armas. Assim que o atacante ultrapasse este limite, ele
será submetido aos fogos do GC. Esta medida facilita o controle de tiro,
assegurando que as armas portáteis não comecem a executar tiros
prematuramente ou os retarde por demais.
O CmtGC pode determinar que as ET suspendam seus tiros até o inimigo atingir
a distância correspondente ao alcance útil das armas portáteis, e, então
desencadear de surpresa um intenso volume de fogos. Neste caso, estabelecerá
um sinal para abrir fogo.
Quando o GC abre fogo, Fuzis de Assalto 5,56mm e Lança-Granadas 40mm
M203 atiram na cadência de tiro normal; e as armas automáticas atiram,
normalmente, na cadência de tiro mantido. O CmtGC determina qual a cadência
de tiro é apropriada a cada situação. Quando o inimigo se aproxima, a cadência
de tiro é aumentada.
b) Sinal para desencadear os fogos de proteção final
Esses fogos incluem os tiros de metralhadoras, morteiros, artilharia, armas
automáticas, fuzis e Lança-Granadas.
O sinal para desencadear esses fogos é um sinal sonoro ou pirotécnico préestabelecido,
o qual é dado pelo Cmt do pelotão para os GC. Quando esse sinal é
dado, Fuzis de Assalto 5,56mm e Lança-Granadas 40mm M203 podem
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-82 - ORIGINAL
continuar a atirar na cadência normal; as armas automáticas aumentam o volume
de fogos, passando à cadência de tiro rápida, caso já não estejam nessa cadência.
Uma vez o GC tenha aumentado sua cadência de tiro à aproximação do inimigo,
as armas automáticas podem já estar atirando na cadência rápida, ou próximo
disso, no momento em que o sinal para desencadear os fogos de proteção final
for dado.
c) Sinal para cessar os fogos de proteção final
Sinais pré-estabelecidos são usados para cessar os fogos de proteção final.
Quando o assalto inimigo é repelido, esse sinal é dado. Aí então, os Fuzis de
Assalto 5,56mm e Lança-Granadas 40mm M203 podem continuar a atirar na
cadência de tiro normal. As cadências de tiro serão determinadas pelo CmtGC e
devem ser as suficientes para destruir o inimigo remanescente à frente do GC.
Cabe ao CmtGC determinar o cessar fogo por inteiro quando for seguro.
6.12.8 - Segurança do GC
O GC provê sua própria segurança local pela constante observação à frente, nos
flancos e à retaguarda. Um número suficiente de combatentes são mantidos em
alerta durante todo o tempo, de forma a manter um sistema eficaz de alarme
antecipado contra as atividades do inimigo aéreo e terrestre. Em terreno aberto,
durante o dia, uma sentinela por GC é normalmente suficiente. Sob condições de
visibilidade reduzida, é designada uma sentinela por ET.
As sentinelas devem ser revezadas a cada duas horas, de dia ou a noite, de forma a
assegurar que elas se mantenham alertas e eficazes. Antes de ocupar seus postos, as
sentinelas devem ser orientadas sobre a localização e atividade das forças amigas e
sobre as atividades conhecidas do inimigo (incluindo patrulhas), a senha e contrasenha,
a localização do CmtGC e a localização dos postos de comando (PC) do
pelotão e de companhia.
6.12.9 - Organização do terreno
Começa assim que cada integrante do GC, individualmente, tenha recebido seu
setor de tiro. Inclui as seguintes tarefas:
- estabelecimento da segurança (postos de escuta, de observação e patrulhas);
- posicionamento das armas automáticas;
- limpeza dos campos de tiro;
- construção dos abrigos;
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OSTENSIVO - 6-83 - ORIGINAL
- seleção e preparo das posições suplementares; e
- medidas de camuflagem.
6.12.10 - Execução da defesa
a) Bombardeio inimigo de preparação
O inimigo precederá seu ataque, normalmente, com fogos de preparação com
qualquer das ou todas as seguintes armas: artilharia, morteiros, metralhadoras,
canhões dos carros de combate (CC) e aviação.
Durante esses fogos de preparação do inimigo, o GC se manterá abrigado em
suas tocas de raposa, mantendo vigilância à frente, nos flancos e na retaguarda
para determinar se o inimigo está avançando imediatamente atrás dos seus
fogos de apoio.
b) Abertura de fogo e controle do tiro
O GC retém a execução dos seus fogos sobre as tropas inimigas que se
aproximam até elas entrarem no alcance útil das armas portáteis localizadas na
posição do GC.
Os integrantes do GC abrem fogo sobre o inimigo que se aproxima mediante
ordem do CmtGC ou quando o inimigo atingir uma linha predeterminada,
normalmente o limite avançado do setor de tiro das ET.
O CmtGC determina a cadência de tiro apropriada para a situação. Os
Atiradores abrem fogo prioritariamente sobre as armas automáticas, lançarojões
e outras armas de emprego coletivo do inimigo.
Os CmtET, de acordo com o planejamento prévio do CmtGC, designam novos
alvos, modificam a cadência de tiro quando necessário e dão ordem de cessar
fogo quando o ataque inimigo é derrotado. Se o inimigo não for detido e
continuar a progredir, o Atirador voltará a aumentar sua cadência de tiro assim
que o inimigo estiver bem próximo.
c) Fogos de proteção final
Se o ataque inimigo não é detido e ele inicia seu assalto, os fogos de proteção
final são desencadeados. Eles são a última tentativa para barrar o ataque
inimigo antes que alcance o núcleo de defesa do pelotão.
d) O inimigo alcança a posição do GC
A infantaria inimiga que alcançar a posição do GC será expulsa pelo fogo,
granadas de mão, baionetas e combate corpo-a-corpo.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-84 - ORIGINAL
O sucesso da defesa depende sobretudo de cada GC se manter na posição. Uma
defesa obstinada na linha de frente dos GC detém as formações de ataque do
inimigo, tornando-o vulnerável ao contra-ataque pelas unidades
GC não pode retrair de sua posição exceto quando especificamente
determinado pelo escalão superior.
6.12.14 - O GC nas forças de segurança
O GC pode integrar as forças se segurança que atuam na ASeg à frente da PD. Às
forças de segurança são atribuídas três tipos de tarefas: alertar, prover cobertura e
proteger.
As forças de segurança são posicionadas em profundidade, a partir do LAADA,
em: Posto Avançado de Combate (PAC), Posto Avançado Geral (PAG) e Força de
Cobertura (FCob).
a) PAC
O GC pode participar de um PAC. O PAC estará normalmente localizado de
PAC são estabelecidas pelo Cmtdo maior escalão na área de operação. A
missão do PAC é comunicar prontamente a atividade do inimigo, retardá-lo,
desorganizá-lo e iludi-lo com respeito à verdadeira localização da PD.
O PAC é organizado com uma série de postos de vigilância que variam em
efetivo desde uma ET até um PelFuzNav reforçado. Esses postos de vigilância
ocupam posições no terreno que permitam boa observação, profundos campos
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-87 - ORIGINAL
de tiro e proteção apropriada contra os fogos das armas de apoio. Itinerários de
retraimento são selecionados e reconhecidos, e todos os combatentes são
informados detalhadamente do plano de retraimento.
Quando não há tropas amigas à frente do PAC, o contato com o inimigo é
mantido através de patrulhas. O inimigo deve ser submetido a um volume
crescente de fogos à medida que se aproxima das posições mais avançadas. Se
o inimigo continuar a avançar, sofrerá progressivamente um aumento nesse
volume de fogos.
As patrulhas e os postos de segurança lançados pelo PAC devem manter
contato com outros elementos de segurança existentes e auxiliá-los quando do
seu retraimento. Estabelecem o mais cedo possível contato com o inimigo,
fornecendo dados sobre suas atividades.
Dependendo da situação, podem permitir a aproximação do inimigo para
despistar e obter surpresa, esperando que ele se transforme em alvo mais
vantajoso. Devem resistir até que o poder de combate e a proximidade do
inimigo obriguem o retraimento, que deverá ocorrer por itinerários preestabelecidos.
Após o ataque inimigo ser repelido, caso tenham sido forçados a
retrair, as patrulhas e postos de segurança são restabelecidos.
A decisão de retrair é tomada pelo CmtBtlInfFuzNav ou pelo escalão superior
das unidades em primeiro escalão, e neste caso o GC poderá receber,
posteriormente, tarefas como parte de uma unidade em reserva.
c) PAG
O PAG é um elemento de segurança comparativamente mais forte do que o
PAC e, normalmente, é o primeiro a oferecer resistência organizada ao
inimigo. É estabelecido pelos mais altos escalões. Sua tarefa é retardar o
atacante e iludi-lo quanto à localização das forças principais na ADA. O PAG
localiza-se acerca de
empregado no PAG como parte de uma unidade maior. As ações do GC no
PAG serão similares às suas ações no LAADA.
d) FCob
É uma força que opera independente da força principal, com o propósito de
interceptar, engajar, retardar e despistar o inimigo antes que ele possa atacar a
força principal na PD.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 6-88 - ORIGINAL
Suas tarefas incluem:
- estabelecer o contato com o inimigo;
- proteger a força principal contra um engajamento precipitado;
- negar ao inimigo a obtenção de dados sobre o valor, composição, dispositivo
e finalidade da força principal; e
- esclarecer a situação e determinar o dispositivo, valor e vulnerabilidades do
inimigo.
Geralmente, o GC é empregado como parte da FCob e desenvolve suas
atividades de forma semelhante as da PD.
OPERAÇÕES SOB CONDIÇÕES DE VISIBILIDADE REDUZIDA
7.1 - GENERALIDADES
A dinâmica do combate moderno faz com que as operações tenham que se desenvolver
também em períodos de visibilidade reduzida, tanto noturna (escuridão), como diurna
(chuva forte, fumaça, nevoeiro, etc.); portanto, é fundamental que o Fuzileiro Naval
(FN) conheça as técnicas e algumas táticas do combate sob condições de visibilidade
reduzida, para, caso seja empregado nessa circunstância, executar com precisão as
tarefas que receber.
Este capítulo abordará, basicamente, as operações noturnas, particularizando sempre
que aplicável, para outras situações que tenham lugar sob condições de visibilidade
reduzida.
7.2 - PROPÓSITOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS
As operações ofensivas sob condições de visibilidade reduzida podem ser realizadas
para:
- obter surpresa e explorar as condições psicológicas favoráveis decorrentes;
- manter pressão, prosseguindo um ataque e/ou aproveitando o êxito;
- conquistar área necessária para realização de ações posteriores;
- compensar poder de combate inferior, especialmente em meios aéreos e blindados;
- reduzir baixas, aproveitando a cobertura proporcionada pela visibilidade reduzida;
- romper uma forte posição defensiva; e
- atrair a atenção do inimigo para determinada área.
7.3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS
7.3.1 - Vantagens
O ataque durante períodos de visibilidade reduzida apresenta as seguintes vantagens
para o atacante:
- aumenta a probabilidade de obter surpresa;
- oculta a progressão das tropas;
- diminui as possibilidades de busca de alvos pelo inimigo e, conseqüentemente, a
eficácia de seus fogos;
- dificulta o apoio mútuo por parte do defensor; e
- dificulta o emprego das reservas pelo inimigo.
7.3.2 - Desvantagens
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 7-2 - ORIGINAL
Embora contando com vantagens, o atacante deve considerar, também, a existência
de desvantagens, tais como:
- necessidade de planejamento detalhado;
- necessidade de tropas bem adestradas;
- dificuldade no exercício do comando e controle, orientação e condução de fogos;
- dificuldade na distinção entre tropas amigas e inimigas; e
- diminuição da eficácia dos fogos da tropa atacante.
7.4 - TIPOS DE ATAQUE NOTURNO
Os ataques noturnos são classificados em: iluminados, não iluminados, apoiados e não
apoiados.
7.4.1 - Ataques iluminados
São aqueles iluminados artificialmente. Dentre os meios que fornecem iluminação
artificial, incluem-se os projetores, as granadas e foguetes iluminativos e os artefatos
lançados de aeronaves.
Como vantagens deste tipo de ataque noturno, destacam-se as de possibilitar a
conquista de objetivos profundos, bem como o apoio eficaz de blindados; permitir
maior velocidade ao escalão de ataque, na realização das tarefas de engenharia e na
ultrapassagem de obstáculos; maior facilidade de coordenação e controle; e o
aumento da eficácia dos fogos. Normalmente, a iluminação é utilizada em ataques
contra posições fortemente defendidas, uma vez que são pequenas as probabilidades
de obtenção da surpresa.
Como desvantagens, cita-se que diminui a probabilidade de obtenção de surpresa,
exige artefatos especiais, expõe o atacante aos fogos do inimigo e facilita a
movimentação das suas reservas.
Outros fatores devem ser também considerados quando da realização deste tipo de
ataque noturno, como por exemplo: a utilização de artefatos especiais providos de
pára-quedas, ao serem lançados sobre a retaguarda inimiga, com a finalidade de
delinear seu dispositivo, podem ser conduzidos pelo vento para o lado do atacante,
proporcionando vantagem para o inimigo; e o uso de iluminação artificial em uma
determinada área pode prejudicar operações não iluminadas em áreas adjacentes.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 7-3 - ORIGINAL
7.4.2 - Ataques não iluminados
Nos dias atuais, o ataque noturno não iluminado passou a ser realizado com o auxílio
dos equipamentos de visão noturna, que minimizam as restrições de visibilidade a
noite. Tais meios, além de contribuírem para o sigilo e segurança do ataque,
apresentam as vantagens mostradas para o ataque iluminado e eliminam as
respectivas desvantagens, exceto a de exigir equipamentos especiais.
Deve-se considerar, entretanto, que a posse de equipamento de visão noturna
também pelo defensor repercute enormemente a seu favor, dada a sua maior
familiaridade com o terreno.
Finalmente, a iluminação artificial pode causar danos a determinados equipamentos
de visão noturna, bem como, ao ser interrompida, ainda à noite, demandar certo
tempo para adaptação da visão dos atacantes ao ambiente. O tempo de adaptação
depende da intensidade da luz artificial utilizada.
7.4.3 - Ataques apoiados
São aqueles onde as armas de apoio são utilizadas na preparação do ataque.
O apoio de fogo é planejado e controlado como nos ataque diurnos, considerando as
dificuldades de ajustagem dos tiros em face das condições meteorológicas e dos
equipamentos disponíveis.
O emprego da preparação terá em vista o grau de sigilo previsto; sendo assim, não
serão desencadeados estes fogos em ataques não iluminados até que o inimigo
perceba a ação. Os fogos a pedido serão iniciados após a perda da surpresa, seja para
bater a posição defensiva, seja para isolar a área e impedir a chegada de reforços e/ou
o retraimento do inimigo.
Em ataques dirigidos contra posições fortemente defendidas, quando as
probabilidades de obtenção de surpresa são reduzidas, fogos de apoio serão
desencadeados desde a preparação do ataque.
7.4.4 - Ataques não apoiados
São aqueles onde não ocorrem os fogos de preparação.
7.5 - CARACTERÍSTICAS DO ATAQUE NOTURNO
O ataque noturno tem características que o tornam especial e obrigam a um
adestramento específico, a fim de habilitar o FN na sua execução, condicionando o
emprego das armas, homens e munição. São elas:
- diminuição da eficácia dos fogos com pontaria direta;
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 7-4 - ORIGINAL
- aumento da importância do combate aproximado e dos tiros amarrados;
- dificuldades de deslocamento e de conservação da direção, ação de comando, controle
e ligação;
- a surpresa e a ação de choque são sempre grandes para o defensor e podem provocar
pânico em suas defesas;
- o objetivo deverá ser facilmente identificável e pequeno para poder ser conquistado
em um único assalto; e
- devido às dificuldades para a reorganização, normalmente não se atribui mais de um
objetivo em um ataque.
7.6 - MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
Os ataques noturnos, em geral, exigem um número maior de medidas de coordenação e
controle do que os diurnos (Fig 7.1), em virtude de suas já mencionadas características.
Certas medidas requerem considerações especiais a seguir discutidas.
7.6.1 - Hora do ataque
Normalmente a hora do ataque é selecionada de modo a proporcionar as maiores
chances de obtenção da surpresa.
Caso o ataque tenha a finalidade de conquistar um terreno favorável ao
desencadeamento de um ataque diurno posterior, será lançado nas horas finais da
escuridão, de modo a não dar tempo suficiente ao inimigo para reorganizar-se e fazer
frente ao ataque diurno.
Por outro lado, ataques lançados durante as horas iniciais da escuridão permitem ao
atacante aproveitar o longo período de visibilidade reduzida para valer-se do impacto
psicológico e conseqüente perda de controle do inimigo, impedindo-o de
reorganizar-se e de conduzir o combate em profundidade.
7.6.2 - Posição de ataque (PAtq)
No ataque noturno a PAtq deve estar localizada perpendicularmente à direção de
deslocamento prevista, ser de fácil identificação à noite ou convenientemente
balizada e estar situada em área na qual a vegetação não dificulte as ações previstas
para esta posição.
Não é essencial que seja protegida dos tiros diretos do inimigo, em face das
condições de iluminação e o pouco tempo de ocupação da mesma.
7.6.4 - Linha de partida (LP)
Tendo em vista a redução da visibilidade, maiores cuidados são requeridos na
seleção e balizamento da LP. Se possível, será utilizada a linha de contato (LC) ou a
orla anterior da PAtq.
Normalmente a tropa cruzará a LP em coluna e, neste caso, serão estabelecidos e
balizados PPsg tantos quantos forem as frações a transpor a LP em coluna.
7.6.5 - Pontos de liberação (PLib)
São fixados pelo escalão superior desde a zona de reunião (ZReu), devendo ser
suficientemente distanciados de modo a permitir a cada fração o movimento lateral
necessário para seguir o seu itinerário. Sua finalidade é regular o desdobramento
gradativo da força atacante até os escalões elementares.
7.6.6 - Linha provável de desenvolvimento (LPD)
Na LPD a fração desenvolve-se inteiramente e parte para o assalto final ao objetivo.
Deve ser facilmente identificável a noite ou convenientemente balizada e, de
preferência, perpendicular à direção de ataque (DireAtq).
Normalmente estará situada entre
possibilitar a adoção do dispositivo em linha para o assalto, sem que a tropa seja
detectada, e permitir eficiente controle.
7.6.7 - Objetivo (Obj)
Deve ser facilmente identificável a noite e situado em terreno favorável à
aproximação.
Normalmente, para cada escalão, o objetivo determinado terá dimensões menores do
que no ataque diurno.
7.6.8 - Linha limite de progressão (LLP)
A LLP é utilizada para controlar o avanço das frações e evitar que sejam atingidas
pelos fogos de proteção planejados para isolar o objetivo.
Deve ser balizada por acidentes nítidos do terreno e demarcada tanto em
profundidade quanto nos flancos do objetivo, não devendo ser ultrapassada pela
força atacante.
OSTENSIVO CGCFN-1004
OSTENSIVO - 7-6 - ORIGINAL
7.6.9 - Direção de Ataque
Em face da necessidade de controle centralizado, direções de ataque são
determinadas a partir do escalão batalhão e superiores.
Fig 7.1 - Medidas de coordenação e controle no ataque noturno
7.7 - PREPARAÇÃO PARA O ATAQUE NOTURNO
As atividades de preparação realizadas na ZReu pelo Grupo de Combate (GC) são
semelhantes as de um ataque diurno, devendo o comandante (Cmt) do GC ter uma
preocupação especial com a segurança. São preparativos para a realização do ataque
noturno:
- ensaios conduzidos, tanto durante o dia como durante a noite, com formações, sinais e
demais ações realizadas da ZReu ao Obj;
- descanso dos integrantes do GC antes do ataque;
- alienação dos equipamentos desnecessários ao ataque, os quais deverão ser reunidos e
levados para o Obj após sua conquista ter sido consolidada;
- camuflagem individual e do equipamento;
- inspeção dos homens e equipamentos, com vistas a manutenção da disciplina de luzes
e ruídos;
- redução ao mínimo indispensável dos efetivos e atividades dos elementos empregados
nos reconhecimentos, e em outras ações preparatórias; e
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OSTENSIVO - 7-7 - ORIGINAL
- manutenção das armas travadas durante o deslocamento, a fim de garantir que a
abertura de fogos só ocorra mediante ordem.
MARCHAS E ESTACIONAMENTOS
9.1 - GENERALIDADES
As unidades em combate devem muitas vezes cumprir suas tarefas em locais distantes.
Portanto, o seu deslocamento far-se-á por meio de marcha, que poderá ser a pé ou
motorizada.
A marcha para ser eficaz deve chegar ao seu destino no tempo previsto e em condições
de cumprir a missão recebida. Com essa finalidade, deve-se observar: cuidadosa
preparação; espírito de corpo; escolha correta dos itinerários; disciplina de marcha;
moral; e vigor físico dos executantes.
Os seguintes termos e expressões são empregados nas marchas:
- Balizador, Balizamento – elemento ou sinal colocado em um ponto crítico, que visa
indicar uma direção, um procedimento ou um obstáculo;
- Coluna de marcha – é a tropa que se desloca pelo mesmo itinerário, realizando o
mesmo tipo de marcha, sob um comando único;
- Coluna dupla ou desdobramento de coluna – são colunas que se deslocam lado a
lado, na mesma direção, em um mesmo caminho, trilha ou estrada. A coluna de
marcha pode, ao chegar em determinada posição, desdobrar-se em coluna dupla;
- Controlador – elemento que colocado em determinados pontos críticos do itinerário
(cruzamentos, passagens de nível, etc.), visa evitar acidentes e facilitar o movimento;
- Densidade de trânsito - número de viaturas, em formação de marcha, por unidade
de comprimento de estrada (
- Densidade mínima - número de viaturas, em formação de marcha, por unidade de
comprimento de estrada (
realização do movimento;
- Distância – é intervalo de espaço entre dois homens, duas frações, unidades,
viaturas, etc. Quando se trata de frações, a distância é medida entre a cauda da fração
da frente à testa da que se lhe segue. Chama-se também distância o espaço a
percorrer por uma coluna;
- Escoamento - tempo necessário para a coluna ou elemento desta passar por um
ponto determinado;
- Grupamento de marcha – São duas ou mais unidades de marcha colocadas sob um
comando único e às quais se aplicam as mesmas instruções ou ordens.
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- Guia - indivíduo que orienta e conduz uma unidade ou viatura em um determinado
itinerário ou no interior de uma localidade.
- Intervalo de marcha - distância entre duas unidades de um grupamento de marcha a
pé, contada da cauda de uma à testa da que se lhe segue; e
- Itinerário - caminho a ser percorrido por uma coluna ou fração dela.
9.2 - MARCHAS A PÉ
É a marcha da tropa a pé para o cumprimento de determinada missão, ou quando esta
se desloca de uma posição para outra, sem perder o seu poder de combate.
9.2.1 - Tipos de marchas a pé
São classificadas em: TÁTICAS OU PREPARATÓRIAS; e, de acordo com o
período de realização, em: DIURNAS OU NOTURNAS.
a) Táticas
São executadas sob condições de combate, quando há possibilidade de contato
com o inimigo. As medidas de segurança devem predominar sobre as
administrativas.
b) Preparatórias
Ocorrem quando a possibilidade de contato com o inimigo é remota. O principal
objetivo é executar o movimento com o mínimo de desgaste da tropa. São também
chamadas de Marchas Administrativas.
c) Organização
As unidades devem marchar conservando a sua organização tática. Em princípio,
o Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav) (ou unidade
equivalente) constitui um grupamento de marcha, e suas subunidades as unidades
de marcha. Quando o terreno não permite que o comandante de subunidade
controle com eficiência sua tropa, o que ocorre geralmente nos terrenos
montanhosos e na selva, o Pelotão de Fuzileiros Navais (PelFuzNav) (ou fração
equivalente) pode constituir uma unidade de marcha. A coluna de marcha é
organizada pela passagem sucessiva de seus elementos orgânicos por um ponto
predeterminado, facilmente identificável, no início do itinerário. Este ponto,
chamado Ponto Inicial (PI), deve ficar, preferencialmente, em um local amplo
onde possam ser realizados os preparativos da marcha.
9.2.2 - Formações
A formação geralmente adotada por uma tropa que marcha a pé é a coluna por dois,
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uma de cada lado da estrada. Quando as circunstâncias e a própria estrada indicarem,
o comandante pode determinar outra formação (coluna por um ou por três),
estabelecendo quando necessário, o lado da estrada a ser utilizado (Fig 9.1).
Fig 9.1 - Formação correta da tropa em marcha
É aconselhável que a tropa marche na contra mão das estradas, de frente para o fluxo
dos veículos, a fim de diminuir o risco de acidentes.
9.2.3 - Velocidade de marcha
A velocidade de marcha é a distância, em quilômetros, que uma tropa percorre em
uma hora, incluindo o alto. Em geral, nas marchas a pé, são consideradas, para fim
de planejamento, as seguintes velocidades médias:
De dia:
-
-
A noite:
-
-
9.2.4 - Regulador de marcha
O regulador de marcha desloca-se de
Sua tarefa é observar a velocidade prescrita, mantendo um ritmo uniforme. Em
princípio, deve ser um militar de estatura média e com o passo aferido.
9.2.5 - Intervalos
Em uma marcha preparatória diurna, a distância normal entre os homens é de
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e entre as subunidades é de cerca de
intervalo entre os homens deve aumentar para cerca de
pela dispersão, a tropa possa se proteger dos tiros inimigos.
A noite as distâncias são reduzidas ao mínimo, normalmente à metade daquelas
utilizadas nos movimentos diurnos. A coluna por dois é a formação normal mas, em
terreno de difícil progressão, deve-se usar a formação em coluna por um.
Fig 9-2 - Distância entre as frações
9.2.6 - Altos nas marchas a pé
Os altos têm por finalidade proporcionar descanso para a tropa, reajuste do
equipamento e atendimento das necessidades fisiológicas.
Em condições normais, o primeiro alto é realizado 45 minutos após o início da
marcha, com a duração de 15 minutos. Outros altos se sucedem após cada 50 minutos
de marcha, com duração de 10 minutos. Estes altos denominam-se altos horários.
É importante estabelecer nos altos o serviço de sentinela, balizadores e retirar todo o
pessoal da estrada, para segurança e evitar acidentes. Utiliza-se também esse período
para disseminar ordens e recomendações.
9.2.7 - Duração das marchas
Somente em situações extraordinárias a tropa deve marchar a pé mais de 8 horas por
dia. Nesses casos os homens deverão ter aproximadamente 2 horas para almoço e
descanso e 6 horas para jantar e descanso. Essas paradas de maior duração são
denominadas grandes-altos.
9.2.8 - Disciplina de marcha
É o conjunto de regras e procedimentos que se aplicam às marchas. A disciplina de
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marcha deve ser observada antes e durante a realização da marcha.
A disciplina de marcha compreende, entre outras, as seguintes regras:
a) Antes das marchas
- evitar atrasos;
- atestar os cantis;
- receber o armamento;
- cuidar meticulosamente dos pés;
- preparar os equipamentos prescritos;
- munir-se de muda de meias reserva; e
- verificar as condições de saúde dos subordinados, informando ao escalão
superior os que não poderão realizar a marcha.
b) Durante as marchas
- manter sua posição na coluna;
- despreocupar-se com o esforço dispendido na marcha;
- abandonar a formatura só quando autorizado;
- manter a distância, o intervalo e a velocidade de marcha; e
- observar as prescrições relativas ao consumo d`água e da ração.
c) Durante os altos
- permanecer nas imediações do local do alto;
- reajustar as meias, o calçado e o equipamento;
- observar as prescrições sobre o consumo d`água e ração;
- desequipar-se e procurar descansar o máximo possível, se possível apoiando os
pés para descongestioná-los;
- transmitir ordens e recomendações; e
- ocupar o seu lugar 1 minuto antes do reinício da marcha, do lado da estrada pelo
qual vinha marchando.
9.2.9 - O pé e sua proteção
Ao se iniciar uma marcha, deve-se preparar os pés, dispensando-lhes os seguintes
cuidados:
- cortar corretamente as unhas;
- lavar os pés e enxugá-los bem, colocando polvilho anti-séptico entre os dedos;
- colocar meias limpas de tamanho apropriado e em perfeitas condições; e
- colocar um calçado ajustado.
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Fig 9.4 - Unha do pé corretamente cortada
Caso venha a fazer bolhas nos pés, proceder como mostrado na figura a seguir.
Fig 9.5 - Tratamento de uma bolha d’água
9.2.10 - Recomendações gerais
a) Quanto à água
- a tropa deverá beber água suficiente antes do início da marcha;
- não é aconselhável bebê-la durante as 3 ou 4 primeiras horas de marcha;
- após o 1o alto-horário, deverá ser atentamente observada a prescrição
relacionada à quantidade de água autorizada para ser bebida; e
- qualquer que sejam os limites impostos, a água deverá ser ingerida a razão de
poucos goles por vez, preferencialmente a cada alto.
b) Quanto à ração
- antes da marcha, a tropa deve fazer uma refeição quente e leve; e
- quando a tropa transportar ração fria, essa não deverá ser comida antes da
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ocasião oportuna, normalmente em um alto-horário pré-estabelecido.
c) Quanto ao fardamento e equipamento
O fardamento deverá ser adequado ao clima da região e o equipamento bem
ajustado ao corpo, não devendo, normalmente, ultrapassar
9.4 - ESTACIONAMENTOS
9.4.1 - Tipos de estacionamento
A tropa, depois de empregada num combate ou após a realização de um deslocamento,
necessita de repouso para se recuperar fisicamente, alimentar-se melhor, reparar o
material, etc. A tropa pode estacionar de três maneiras diferentes: bivacada, acampada
e acantonada.
a) Bivaque
Uma tropa está bivacada quando estacionada sob árvores, abrigos naturais ou
improvisados, sem o emprego de barracas.
b) Acampamento
Uma tropa está acampada quando estacionada no campo em barracas de campanha.
c) Acantonamento
Uma tropa está acantonada quando estacionada no interior de casas ou edifícios
particulares. Sempre que a situação permitir, o acantonamento deve ser preferido
em comparação com os demais tipos de estacionamento, por permitir maior
conforto e comodidade à tropa.
9.4.2 - Procedimentos em um estacionamento
São inúmeros os requisitos exigidos para a manutenção da ordem e higiene nos
estacionamentos. Dentre eles, os mais importantes são os seguintes:
- tomar banho sempre que for possível;
- não se deitar ou sentar diretamente sobre o terreno úmido;
- não jogar restos de comida, nem lixo, em local que não seja designado para isso;
- preparar o lugar onde vai se deitar. Trocar a roupa molhada logo que chegar ao
estacionamento;
- cavar a vala de escoamento em torno da barraca (dreno) logo que estiver armada,
mesmo que o acampamento seja só por uma noite. Se não se tomar essa
providência, uma chuva, fraca que seja, pode perturbar uma noite de descanso;
- satisfazer suas necessidades fisiológicas exclusivamente nas latrinas ou instalações
sanitárias existentes no estacionamento, comumente conhecidas como “piano”; e
- não beber água de uma fonte, poço ou torneira antes que a mesma seja julgada em
condições de consumo por um oficial médico ou antes que um aviso tenha sido
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colocado nesse sentido. A água para beber é fornecida purificada, em recipientes
higienizados, conhecidos por “saco lister”. Estes recipientes são geralmente
colocados no local de estacionamento da(s) subunidade (s), ou próximos da
cozinha.
9.4.3 - Tipos de barracas e toldos de campanha
a) Barraca de comando
É uma barraca de forma especial, não possuindo divisão interna e destinando-se
ao oficial comandante da tropa acampada.
b) Barraca de material
O tipo de barraca utilizado para material é o mesmo utilizado para 10 homens; a
barraca de material terá próxima a sua entrada uma tabuleta indicativa do que nela
se encontra estocado.
c) Barraca de saúde
É constituída por uma lona única, com 4 portas, possuindo um pano com uma cruz
vermelha afixado na parte superior da barraca. É utilizada para abrigar uma
instalação de saúde destinada a prestar socorros imediatos e pequenas cirurgias
aos combatentes que necessitarem de assistência.
d) Iglu
É uma pequena barraca conduzida por dois fuzileiros, cabendo a cada um
transportar metade do material.
e) Barraca de dez homens
É utilizada para abrigar, com conforto, 10 homens. É constituída por um pano
único, com duas aberturas opostas e com 4 janelas de ventilação, colocadas duas
de cada lado na parte superior.
f) Toldo para cozinha
É constituído por um pano único e utilizado nos locais destinados à confecção
e/ou a servir o rancho.
g) Toldo para sanitário
É constituído por uma lona de comprimento variado, de acordo com o tamanho do
sanitário, destinado a proteger contra as intempéries os que estiverem se
utilizando das latrinas de campanha.